20 junho, 2006

A POBREZA E A SOLIDARIEDADE

Podemos ser solidários por opção ou então por obrigação. Há sempre quem ande no vício do estender a mão ou então dão-nos aqueles saquinhos á entrada do supermercado. Há quem diga que muitos não necessitam e outros até recebem donativos e subsídios da Segurança Social.
Mas realmente andam por aí muitos “tesos”! Dormem em casas abandonadas e durante o dia deambulam pelas ruas com mau aspecto. Conheço-os como pedintes da zona que nos assediam os trocos ao estender uma mão e a seguir fazem uma pausa na ronda para encostar o corpo a uma curva e depois repetem a cena. Fazem tudo para chegarem aos corações mais sensíveis de quem passa. Uns estendem a mão, outros evidenciam as deficiências, outros carregam crianças ao colo. Há ainda quem venda cautelas ou opte por apelos feitos quase a gritar: “Tenha a bondade de me auxiliar”.
A mendicidade não é proibida por lei em Portugal, excepto se forem usados menores. As autoridades policiais fecham os olhos a muita coisa, permitindo que haja até crianças a pedir esmola e a vender pensos rápidos em cafés e em diversos espaços públicos. Raramente estas crianças são identificadas ou encaminhadas para instituições de apoio.
A maior parte das pessoas detectadas a pedir esmola por aqui faz dessa actividade um modo de vida, apesar de admitirem que estão a ser apoiados pela Segurança Social. E com isto tudo não quero dizer que não existem pobres. Os verdadeiros pobres costumam não admitir! Escondem-se e não andam a fazer compras nas lojas caras. Costumam passar com o saco do pão e o do leite para as crianças, enfiados num casaco com 4 números acima do seu. Sentem vergonha e recusam-se a estender a mão! Só os vizinhos mais atentos é que sabem realmente o que se passa e reconhecem as situações de fome. Caracterizam-se por serem desempregados recentes e terem um apartamento para pagar.
Ser solidário também é difícil! Aumentou o número dos que se lamentam pela falta de dinheiro. Todavia podemos contribuir de forma segura e substituir a função do estado se o entendermos. Basta oferecer alguns artigos para o local certo. Nem todos são felizes com um plasma grande e colorido… nem todos optam por ir á festa quando a barriga anda vazia. A felicidade total está em fazer os outros felizes!

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