28 julho, 2006

Cabo da GNR : Pena de três anos e nove meses

O Tribunal de Santa Maria da Feira condenou ontem um militar da GNR a três anos e nove meses de prisão efectiva por três crimes de corrupção passiva. A falta de confissão do cabo Paulino não deixou outra alternativa ao colectivo de juízes se não “aplicar uma pena de prisão que não pudesse ser suspensa”, disse a juíza presidente Liliana Dias.

“O arguido teve várias oportunidades para confessar e não o fez”, afirmou a presidente do colectivo de juízes, Liliana Dias, na sentença lida ontem, acrescentou que o cabo Paulino Correia, de 51 anos, nem “se mostrou arrependido” dos factos que o levaram a Tribunal.

Segundo o acórdão, o Tribunal considerou que o militar recebia ‘luvas’ (como prendas e dinheiro) a troco do perdão de multas, e deu como “provadas, no essencial”, todas as acusações. A magistrada caracterizou o comportamento do militar da GNR como “muito grave”, sustentando que a pena era “necessária para assegurar a confiança” na força policial.

À saída da sessão, Paulino Correia estava visivelmente perturbado e abatido, e recusou fazer qualquer declaração à Comunicação Social. Por sua vez, a sua advogada, Helena Morais, garantiu que iria “recorrer” até às ultimas instâncias.

Os factos remontam a 2 de Julho de 2003, quando Paulino Correia foi apanhado numa cilada montada pela Polícia Judiciária do Porto.

Depois de receber 150 euros de um automobilista quando lhe prometeu que o dinheiro o faria perdoar duas multas – uma por falta de inspecção e outra por falta de selo – os inspectores da Judiciária identificaram-se e anunciaram-lhe a detenção.As investigações continuaram e a PJ acabaria por descobrir mais dois outros casos envolvendo o mesmo militar – um registado em 2002 e outro em 2003. A última multa passada pelo cabo Paulino Correia remonta a 19 de Outubro de 2002.

Fonte: Correio da Manhã

Sem comentários: