“O arguido teve várias oportunidades para confessar e não o fez”, afirmou a presidente do colectivo de juízes, Liliana Dias, na sentença lida ontem, acrescentou que o cabo Paulino Correia, de 51 anos, nem “se mostrou arrependido” dos factos que o levaram a Tribunal.
Segundo o acórdão, o Tribunal considerou que o militar recebia ‘luvas’ (como prendas e dinheiro) a troco do perdão de multas, e deu como “provadas, no essencial”, todas as acusações. A magistrada caracterizou o comportamento do militar da GNR como “muito grave”, sustentando que a pena era “necessária para assegurar a confiança” na força policial.
À saída da sessão, Paulino Correia estava visivelmente perturbado e abatido, e recusou fazer qualquer declaração à Comunicação Social. Por sua vez, a sua advogada, Helena Morais, garantiu que iria “recorrer” até às ultimas instâncias.
Os factos remontam a 2 de Julho de 2003, quando Paulino Correia foi apanhado numa cilada montada pela Polícia Judiciária do Porto.
Depois de receber 150 euros de um automobilista quando lhe prometeu que o dinheiro o faria perdoar duas multas – uma por falta de inspecção e outra por falta de selo – os inspectores da Judiciária identificaram-se e anunciaram-lhe a detenção.As investigações continuaram e a PJ acabaria por descobrir mais dois outros casos envolvendo o mesmo militar – um registado em 2002 e outro em 2003. A última multa passada pelo cabo Paulino Correia remonta a 19 de Outubro de 2002.
Fonte: Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário