A crise no Ensino existe? Claro que sim! Mas a causa não está na formação académica dos professores! Poderia apontar aqui dezenas de outras causas como a demissão dos pais das tarefas de educar os filhos, delegando na escola essa tarefa, o que esta não consegue assumir, nem tem vocação para tal. Também existe a perda de valores da juventude e à forma laxista como encara as suas obrigações escolares.
Depois existem os famosos e monstruosos programas curriculares, onde se liquidou o ensino clássico em favor do falado profissional, mais obcecado pelas tecnologias. Trocou-se a sabedoria pelas ferramentas auxiliares! É como pensar que a arte de cozinhar está nos vários electrodomésticos da cozinha!
Depois perdeu-se o brio profissional da docência. Perdeu-se o poder de compra e o professorado passou a sobreviver. E pior do que tudo é viver com o inimigo que passou a ser o ministério da educação. Belos tempos em que íamos às direcções regionais sem problemas em ser atendidos!
Incapazes de resolverem os problemas, os governos apenas se limitam a atacar os sintomas: facilitam as passagens de ano, diminuem o nível de exigências, e depois no fim de tanto trabalho e “chatisses” de horas e horas de tempo perdido em reuniões, quem decide se o aluno transita ou não, nem é o professor!
Todos nós temos culpa da situação actual da nossa educação! Os professores hesitam entre deixar o filme passar ou então discutir o problema, o qual nem é competência deles.
Mas o maior problema existe entre os professores que muitas das vezes não são homogéneos e solidários entre si e a maioria pensa que é melhor do que o outro, mesmo que não o seja.
A solução não está na formação académica ou na evolução tecnológica, também não está nas imensas propostas ou tácticas de aculturação de programas temáticos á maneira dos nórdicos.
O erro está na forma de avaliar! Não existem critérios iguais, nem por escola, nem por turma, nem por professor. Não adianta falar em critérios de educação, nem em normas educacionais. Na realidade cada um faz o que sente na “real gana”. E o melhor é rezar para ter os professores mais conscientes e humanos! Uns avaliam seres humanos, outros avaliam situações e quando eles são hostilizados, contrariados, perturbados, atormentados e magoados, as culpas passam a outrem, mas com juízos pessoais e até íntimos.
A solução está na formação uniforme e actual sobre como avaliar! Saber avaliar a aprendizagem de forma igual e sem desigualdades deveria será a meta essencial do sucesso da educação. Avaliar deveria estar de acordo com os resultados que se pretendam. Não se pode dar uma cenoura a um macaco quando ele só está a pensar em comer bananas!
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