30 outubro, 2008

A Morte fica-vos tão....mal!

Na semana passada e na actual, temos tido oportunidade de ver capas de jornais nacionais e locais com títulos como “ Suspeita-se que cadáver é de prostituta”! Diferem entre Lamas e Lourosa!
A Maria Rosa era uma pessoa conhecida entre outras coisas por frequentar a variante Lourosa/Lamas, onde satisfazendo os desejos de uns, arrecadava uns Euros para manter o seu vício e de muitos outros, a droga!
Ao passar por ali e vendo ali a senhora, sentia Pena!
Ao ler estas capas de jornais feitos por uma espécie de “jornalistas Vampíricos”, lembro-me que um cadáver, já não tem sangue a correr nas veias! Então porque o tentar sugar até à última gota? Será que a escola onde andaram, na Pensilvânia não lhes terão ensinado pelo menos isso?
Bem, o facto é que para o tipo de escola que pelos vistos têm, até que foram brandos na kouza! Poderiam muito bem colocar em letras garrafais algo do género “O corpo que apareceu deve ser de uma Puta, vadia e drogada de... Lamas ou de Lourosa!” Parecendo que não, isso daria mais “pica” aos “jornaleiros” tipo macho latino da treta, daqueles com camisa desapertada com um terço ao pescoço na rua a palitar os dentes...depois de ter lavado a louça, sem ninguém saber!
Talvez em vida Maria Rosa nem aceitasse ajudas. Talvez os que agora sugam a última gota de sangue, em vida não dedicaram uma linha para a ajudar. Talvez nem se lembrem que aquele cadáver há não muito tempo, tenha pertencido a uma pessoa!
Será que eles sabem que a Maria Rosa, que morreu como puta, também teve alguns momentos bons de vida? Sabem que inclusive conseguiu ter um filho?
Limitar a sua “desgraçada” vida e neste caso uma morte como Puta, é no mínimo bastante redutor e absurdo!
Sabiam que a rapariga não foi como o super-homem, que aqui veio parar de um qualquer planeta chamado Krypton? Sabiam que ela nasceu com pais e tudo? Sabiam que ela tinha irmãos, e inclusive até tinha um filho?
Não..... pelos vistos para esses jornalistas, ela não passava de uma puta reles que morreu num charco!
Não lhes importa que esta situação seja apenas o epílogo de uma desgraça de vida de uma rapariga, que nem na sua morte conseguiu deixar de ser uma desgraçada!
Nem nesta altura, a família tem uma pouco de paz pelo que passou e está seguramente a passar..
Isto deve-se a um tipo de jornalismo, que funciona à base de “Copy paste”, sem ter a mínima sensibilidade para tratar de assuntos sérios e graves, como realmente devem ser tratados.
Felizmente, para o bem ou para o mal, há os que não andaram na escola de jornalistas da Pensilvânia!
Falo-vos obviamente da nossa “Jornaleira Regina dos Chocolates” do Terras da Feira!
Fez uma reportagem a todos os níveis excepcional!
1- Conseguiu expandir as possíveis kauzas da morte desta miúda. Para quem não sabe, a Maria Rosa, também era conhecida como a “Empresaria das Facturas”! Como muito bem refere a nossa “Jornaleira”, ela era um das testemunhas do caso das Facturas Falsas! Não quero com isto dizer que este foi a razão do crime....se realmente foi crime! Mas pelo menos ficamos a saber que talvez a Rosa não tenha morrido só pelo facto de “andar na vida”!
2- Vê-se que esta noticia não foi feita a partir de uma visita a um blog ou a um jornal e limitou-se a fazer um “Copy paste” para o seu jornal!
3- O mais importante, conseguiu tratar do assunto, como disse, de uma forma mais alargada, sem florear as kouzas nem negar as evidências, mas fê-lo de forma que não ferisse a família e os leitores que leram a reportagem. Talvez o facto de ser mulher lhe dê algum tipo de sensibilidade que outros não possuem. Talvez a nossa “Regina dos Chocolates” não seja das que quer a última gota de sangue.
Ao ler a reportagem da nossa muy ilustre “Jornaleira” lembrei-me de algo que entretanto esquecera. A diferença entre os insectos e os animais! A diferença entre os invertebrados e os outros. Claramente que a nossa “Regina dos Chocolates” não faz parte dos invertebrados!
Para a nossa estimada “Jornaleira”, os meus parabéns pela forma rigorosa e humana como nos deu a informação.
Para a família, os meus respeitos!

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