O secretário de Estado, Valter Lemos, admite que os números são expressivos, mas longe da paralisação de 100% pedida pelos sindicatos. Acrescenta que os números apontados pelos sindicatos não interessam e depois esqueceu de acrescentar que houve pressão nas escolas para estarem de portas abertas. Mas alguns tiveram a coragem de fechar os portões, porque a escola não pode ser um espaço físico com funcionários logísticos!
Mas parece que o governo insiste nessa postura intransigente de teimosia estatística. Parece que este governo socialista esqueceu a palavra Liberdade, Democracia e 25 de Abril. Faz-me lembrar aquele tempo em que havia um ditador e os outros. Claro que vencia sempre o ditador, mesmo que fosse o único a pensar que só ele está certo!
E com esta pseudo- avaliação cheia de remendos e adulterações, ainda são alguns os que temem o governo e não aderem à greve. Lamento que em alguns locais como Ovar a polícia tenha feito a ronda a todas as escolas e tenha questionado os conselhos executivos sobre a adesão! Também é triste circular mensagens via telemóvel a tentar desconvocar a greve ou então a violação de privacidade das nossas caixas pessoais de e-mail em que o ministério da educação as enche com textos propagandísticos e suplica para cedermos ao modelo de avaliação! Não é difícil entender que o problema não é a avaliação, mas a forma como querem avaliar. E de certeza que a ministra está a rir-se daqueles que optaram por perder um dia de trabalho e ao mesmo tempo desistiram de comprar um presente de natal!
O que não se compreende num país democrático é a presença do presidente da república! Não se percebe como ainda não tomou uma postura racional! Falavam numa adesão nacional de cerca de 100 mil professores, sensivelmente 90% do total de professores que tinham aulas na quarta-feira. Se esta greve afectou cerca de 1,4 milhões de alunos que ficaram sem aulas, por outro lado o governo lucrou financeiramente mais de seis a sete milhões de euros em vencimentos que os professores deixaram de receber. Sugiro que o Ministro das Finanças (o pior da UE) aproveite o dinheiro que os professores vão perder com a greve para auxiliar os «pobres e desgraçados» accionistas e clientes do BPP. Ou então que continuem a dar milhões a esses gestores de bancos e comissões executivas para se reformarem na flor da idade!
Quanto ao concelho feirense confirmou-se que a maioria das escolas fecharam, embora tenha ficado triste porque a minha manteve os portões abertos! Talvez ainda estejam filiados no Partido Socialista! No fundo reconheço que não somos 100% unidos pela causa, mas as razões são óbvias. Decerto pensam que são professores que devem avaliar os outros, não por medo, mas porque acham que tem competência para tal e quase de certeza tiveram uma licenciatura em que os especializou sobre a arte de avaliar colegas!
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