30 março, 2009

O filósofo monetarista

elmeme

Zé Karl, o homem forte do dinheiro, ganhava a vida a fazer palestras sobre o liberalismo dinhalético.

Para ele o dinheiro não era simplesmente uma moeda de troca… Para ele o dinheiro sempre foi mais que tudo! Pois com dinheiro tudo se compra e tudo se vende… Dizia ele.

Aos patrões, seus assessorados, era peremptório no diagnóstico: “As pessoas só valem o que o mercado estiver disposto a pagar por elas!”

Com a lei da oferta e da procura era implacável: “O excesso de oferta desvaloriza o produto… logo, as pessoas são um produto em permanente desvalorização.”

Não era de ter muitos amigos porque não dava nada por eles e, demais a mais, tinha mais onde a plicar o dinheiro.

O que ele não sabia é que em contabilidade há sempre uma contrapartida e que este balanço confronta o mundo das pessoas e o mundo das coisas. Que o capital humano e o passivo (dívidas de humanidade) são iguiais ao activo (valor patrimonial)… logo a falta de humanidade aumenta o passivo.

É que, quem se rende de corpo e alma ao capital e não acumula reservas de humanidade... quando este se gasta é o corpo e a alma que se consome!

Mais vale um pobre alegre que um rico humanamente arruinado.

(Crónicas de El Meme V)

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