Eu hoje começo por perguntar o seguinte: se eu estivesse uns dias sem aparecer aqui na telefonia sem fios, bastava-me chegar aqui e dizer ao senhor director que estive mal da barriga para ele me perdoar? Não bastava, pois não? Mas aos deputados, parece que já basta. É isto que diz o ponto 7 do novo regime de presenças e faltas da Assembleia da República, que eu também leio estas coisas. Ora, eu a pensar que a única pessoa que neste País não precisava de provar nada a ninguém era o primeiro-ministro, José Sócrates. Pelos vistos, estava enganada. É que agora a palavra dos deputados faz fé para justificar as faltas, vejam-me bem. Olhem, senhores deputados, se a vossa palavra faz fé utilizem-na mas é para Portugal ir ao Mundial de 2010, que bem precisamos. Agora não é só para dizer: “ai estive tão doente”, “ai Meu Deus que pensei que morria”, “ai que me dói tudo”… Acham que isto é legal? Não, não é legal. As outras pessoas nos seus empregos, quando faltam não têm de levar justificações médicas e tudo e tudo e tudo? Então? Tudo bem que ser deputado não é bem um emprego, pois ninguém me tira da cabeça que uma grande maioria deles são figurantes pagos só para dizer coisas do tipo: “buhhh”, “olhe que não”, ou “apoiado”. Há excepções, claro, como é o caso do deputado José Eduardo Martins que diz muito mais do que isso lá na Assembleia, como todos sabem. Agora, isto não está certo! Tudo bem que um deputado tem de ouvir os discursos do Francisco Louça e passar sete ou oito horas a olhar para o penteado do Diogo Feio, mas mesmo assim… Depois não se queixem se voltar a acontecer como aqui há uns meses em que se queria aprovar a suspensão da avaliação dos professores, e deputados para isso, que é deles? Andava tudo às compras de Natal no Colombo ou na Serra da Estrela, com um saco de plástico debaixo do rabo a fazer o chamado sku. Claro! Depois é só chegar e dizer: “ai estive tão doente”. Esteve-se a fazer obras no hemiciclo, para a sala ficar ali toda muito bonita, toda muito remodeladinha… Para quê? Para estar às moscas como os estádios do Euro, que agora servem para fazer corridas de carros? Tudo bem que os carros estragam menos o piso do que as equipas do Jaime Pacheco, mas mesmo assim…Outra das mudanças neste novo regime é passar a verificar-se a presença dos deputados pela inscrição electrónica no computador de cada um. Ou seja, em vez de um rabisco num papel, tem de se fazer logini no computador. E eu pergunto: e os deputados comunistas, ninguém pensou neles? É que não é só porem-se com modernices. Perguntem lá ao senhor Jerónimo de Sousa o que é o Windows, a ver se ele não responde que é uma marca de tractores. Olhem que francamente…
Blogue da Dona Rosete, TSF
Sem comentários:
Enviar um comentário