05 março, 2010

Essência do vinho, no Palácio da Bolsa eu fui e já cheguei.

imageComo há aqui uns maduros, que gostam destas coisas e nestas coisas, não há só maduros, não, há-os  verdes, roses e do Porto, até espumantes e por aí fora. Para todos os gostos. É de vinhos que falo.


Chego a casa, já pela noitinha e a minha senhora, não sei porquê, mas vocês vão saber a razão, atira-me logo: “hoje vens contente, já não era sem tempo”. Pois não, digo eu, e até estou a escrever baixinho, para ela não se aperceber. Fui, à borliú, não é só fama e aproveitei-me bem, à “Essência do Vinho” ao Palácio da Bolsa no Porto. Os experts, “mastigam-no” e deitam-no fora, numas aparadeiras ou lá o que é que trazem penduradas ao pescoço. Pois eu cá optava por o mandar pela goela abaixo.

Mas eu só vos digo, eu sou suspeito, porque não sou esquisito, aquilo era vinhos até dar com um pau. Foi um fartote, foi pena o palato já não responder à chamada. Bloqueou.

Se o vinho estava ali essencialmente na berlinda, não foram os vinhos no seu geral nem nenhum em especial que mais me chamou a atenção. Não. Foi aquela fauna, muita dela, direi mesmo a maioria, toda aprumada, para o final, já andavam um pouco mais empenados, mas como ia dizendo, isso, aprumadinhos e todos bem metidos nos seus fatos e gravatas. Ainda se fosse à saída, mas não, foi à entrada, mais me parecia que ia para uma conferência, sei lá, talvez de economia. 

Íamos para provar vinhos. Todos, porque a coisa está na moda. A maioria assim à vista, até me parecia mais gente de “copos de leite. Puro engano. Pegavam no copo. Era um apêndice que toda a gente trazia na mão, pois pegavam nele, escolhiam o néctar que pretendiam provar e seguia-se o ritual. Levantavam-no à altura da cabeça e miravam-no à espera de ver não sei o quê, baixavam-no, rodopiando-o até o vinho quase sair pela borda e paravam a ver o efeito. Depois desta agitação, levavam as suas pencas a entrar dentro dos copos, atrás do odor e então sim, vinha o gesto supremo, levavam-no à boca e com um toque subtil de pulso, tocavam-no suavemente pela goela abaixo e não digo mais. Vão lá, prometi-lhes fazer publicidade. É o meu pagamento.

1 comentário:

Enófilo de Louredo disse...

Tb fui e não te vi lá...