22 março, 2010

Hipocrisia Feirense!

Deviam ter vergonha na cara, esses que acham que percebem de cultura e andam por aí a destruir  património feirense com centenas e centenas de anos! E é tão reduzido o original que valia a pena ter alguém com real poder político e com um pouco de massa cinzenta para chegar a essa conclusão! É o que faz ter pessoas na Câmara sem uma formação decente e com competências na conservação do real e autêntico património!

No passado era aceitável que as pessoas de pouca cultura e inteligência pudessem destruir e cobrir a antiga estrada romana que atravessava o concelho, mas agora asfaltar o que resta da antiga estrada real é uma vergonha para as entidades políticas deste concelho! Isso é destruir a verdadeira história! Já basta o que fizeram em Lourosa na estrada paralela à EN1 e também nas Airas! Por acaso algum culto da Câmara sabe explicar as diferenças na construção de uma estrada medieval e de uma romana no nosso concelho?

Deve ser mais fácil fazer uma cultura onde se come carne de porco “enfumarada” disfarçada com uma superbock escondida no pote de barro ao estilo medieval e pensar que se está no tempo do rei que nunca esteve por estas terras! 

Também é mais fácil gastar rios de dinheiro em efémeras festinhas de imaginarius e recriações com cheiro a paganismo religioso inventado, em viagens ditas medievais com repastos pouco europeus onde a batatinha e o caldo verde com farinha de milho entrelaçam com a picanha e depois o coitado do porco preto.

Mesmo o nosso castelinho ali bem situado não passa de uma bela reconstrução! Deviam ver o que era aquilo no século XIX!

Agora proteger ali para os lados de Fiães a autêntica relíquia medieval com traços originais do que era o verdadeiro caminhar dos peregrinos e viajantes do nosso país é que não interessa!

Mas se acham que cuidar do património antigo é voltar ao período medieval, então expliquem ao povo porque andam aflitos em dar ao povo recriações em formato “faz de conta” que isto é que é medieval!

Se tentassem fazer um levantamento sério do que existe em vestígios reais antigos talvez pudessem fazer do concelho um sítio interessante para visitar. Agora inventar festinhas e procissões com o dinheiro do povo só para alguns é tentar soprar poeira cultural para quem não deseja. Sejam honestos e invistam no real património!

13 comentários:

Anónimo disse...

Os meus parabéns. Post fantástico. É pena os nossos autarcas não lerem este blog.

Anónimo disse...

Subscrevo na totalidade.

Anónimo disse...

Que possam existir erros e atentados ao património, acredito que sim. Agora, haver necessidade de um ataque desta maneira, é perder toda a razão.
Se este Senhor se intitula de culto, com uma apreciação tão redutora sobre a viagem medieval, digo que será um pobre ignorante.

Anónimo disse...

Este anónimo(a) das 12.12 não deve perceber muito destas coisas de enorme relevo cultural! Eu adoro a Viagem medieval, mas de cultura nada tem.. é uma grande festa popular com o tema ''medieval''. Ó caro amigo(a) das 12.12 só por o sr ou sra ser laranja, n tem que os defender cegamente, até pq por vezes mais vale estar caladinho(a) para n passar por ignorante...

Anónimo disse...

Caro anónimo das 12:12.

Fala de apreciação redutora da Viagem Medieval!

Bem, devo reconhecer que este post do “Alvagias” foi o melhor que li neste blog nos últimos tempos.

De facto, devo dizer, que não pretendo aqui andar às turras partidárias, como parece acontecer com frequência nestes comentários, no entanto é necessário deixar alguns aspectos bem claros.

Em abono da verdade, deve dizer-se que a Viagem Medieval tem as suas vantagens. No entanto, é muito mais verdade que esta “Viagem” se viu transformada num certame de febras de porco assadas no espeto, que convivem com uma feira de artesanato disfarçada de Medieval. É mais uma espécie de Feira dos 20, disfarçada de trajes rústicos e uns petiscos regionais à mistura.

Aliado a isto, existe toda uma parafernália de actuações revivalistas que tentam animar os transeuntes com algumas manobras pseudo-rigorosas do ponto de vista histórico.

É verdade que este certame granjeou grande número de adeptos que entopem as artérias da cidade durante 10 dias, e que por cá vão deixando o seu dinheiro a um conjunto limitado de comerciantes que se aproveitam do evento para deitarem as mãos à massa.

Depois desta descrição sem floreados do que é a Viagem Medieval, acho que fica bem patente que esta deveria ser reformulada, quer no conceito, quer na forma, e continuar a beneficiar do grande número de pessoas que a ela afluem anualmente.

O que não se pode negar, é tudo o que é desfeito em termos de património do concelho! O tal anónimo fala de “erros e atentados ao património”, mas do que se está a falar neste caso é de um enorme e colossal ERRO E ATENTADO CONTRA O PATRIMÓNIO. E é apenas um, porque não existe uma politica integrada de valorização e conhecimento do património histórico e ambiental feirense.

E que tal, se alguém estudasse rotas turísticas programadas para valorizar e promover as zonas mais interiores do concelho??

E se alguém procurasse inventariar os bens históricos e culturais do concelho para os valorizar, proteger e reabilitar??

E se fosse criada uma rede a nível concelhio de promoção turística apostando no turismo rural??

Pois é caro anónimo…para os laranjas fanáticos, a sua pérola é Viagem Medieval, e estão tão obcecados nisso, que se esquecem de tudo o que falta fazer em Santa Maria da Feira!

Da próxima vez que os laranjas ficarem revoltados por alguém criticar algo que efectivamente não produz qualquer valor acrescentado para o Concelho, para além da publicidade na Praça da Alegria ou nas Manhãs da Júlia, pelo menos que critiquem com argumentos minimamente válidos, e não com simples azia…

Ao autor deste post, bem haja!!

Anónimo disse...

Cara Senhora Alvagia, concordo perfeitamente com a manutenção do nosso verdadeiro valor histórico, seja vestígios, sejam outros. Inventar história e brincar com o passado e distorcer a verdade histórico é que não. De certeza já sabe que muitos dos vestígios megalíticos deste concelho foram destruidos, desde Pigeiros, Romariz, São joão de Ver e Mozelos, etc

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o que foi dito ao longo do Texto e dos comentários.
Há falta de promoção turistica do património cultural. Concordo com a realização da Viagem Medieval e Imaginarius até porque, neste momento, nada mais valoriza o que temos de melhor! Contudo, devo realçar que estes eventos trazem bastantes prejuizos e anda-se a esbanjar dinheiro onde deviam controla-lo e aplica-lo em requalificação das obras-primas do concelho.
Afirmo ainda que, não é só a Estrada Romana que está em causa, é o património que está alirceçado. Não se esqueçam que o Caminho de Santiago é percorrido pela Estrada Romana e passa por muitos pontos históricos do concelho que devem ser valorizados. Ao longo destes anos, estão a tentar valorizar este caminho a nivel nacional, inclusive só existe, dos vários caminhos de santiago, o que neste momento está em voga, o que vai do Porto até Santiago de Compostela. O que está para Sul do Porto não existe, tentam a todo o custo Patrimonilizar aquele espaço mas aí é necessário as autarquias também o valorizarem e protegerem, e certamente, não esfaltarem, como aconteceu em Lourosa e Airas, que decididamente está uma vergonha.
A Carta do Património está feita, agora pergunto se foi alguém competente e formada na área que a realizou? NÃO!!!!
Foi uma pessoa vinda de outro departamento da Câmara que veio realiza-la. Sabem o que isto significa? Que estão a conter nos custos dos funcionários, reduzindo o bom trabalho, mas não estão a conter em Viagens Medievais!!!
ACORDEM AUTARQUIA!!!

XEIRINHAS disse...

As estradas da era moderna, todas ou quase, estão no nosso concelho no estado que estão: tipo antigas estradas reais.
Pois à única e verdadeira estrada real que existe, querem-na a imitar as actuais.
Isto anda tudo doido.

Anónimo disse...

Boa noite a todos! bem... cara Alvagia, antes de mais os meus sinceros parabéns! Nunca antes postou um coment tão bom...e interessante...

Devo dizer antes de mais, que NÃO MANIFESTO NENHUMA TENDENCIA POLITICA.... e que concordo plenamente que a nossa velha autarquia, apesar de velha, é muito irresponsável e passo já a explicar porquê...

Vejamos... provavelmente são poucos os habitantes do concelho que sabem da existência de um mosteiro (provavelmente) da idade média na freguesia de São João de Vêr, nos terrenos em frente à igreja nova...

Poucos são os que sabem que no concelho existe um troço da antiga Via Romana, ainda em parte visível nas Airas em São João de Vêr...

Poucos são também os que sabem que no concelho existe uma estrada Real, mais ou menos paralela à estrada Nacional nº1...

Nessa mesma estrada existe um antigo edifício de apoio às carruagens que percorriam esta estrada e que serviam também para trocar as parelhas dos cavalos das diligencias ou trocando por linguagem dos dias de hoje, os "expressos entre Porto e Lisboa puxados a cavalo"....

A maior parte do património está localizado na Freguesia de São João de Vêr, mas existem em outras freguesias autênticas pérolas da nossa história como o castro de Romariz, a igreja matriz de Rio Meão, por exemplo.

Se formos falar de património do séc. XIX, acho que prefiro nem sequer falar. Na freguesia de Rio Meão deixou-se destruir o antigo caneiro que era conhecido por "levada/rio da própria" onde existiam lavadouros onde por exemplo era lavada roupa para a cidade de Espinho, e onde existiam dois moinhos de água muito antigos, onde um foi deixado cair no esquecimento das silvas e outro, completamente soterrado por terras. Ainda existe um terceiro junto à ponte do coteiro, onde parece que a Junta de Freguesia tentou acordar do sono que teve durante décadas, mas mesmo assim saiu furado porque a senhora que actualmente tem o maior quinhão no moinho, queria que a junta fizesse a obra, contudo ela é que ficava com a chave e mandaria no local. (estupidez completa, uma vez que já nem sequer usa o moinho).

Os moinhos são um caso bem visível... casos como este que citei repetem-se por exemplo em Espargo, São João de Vêr, entre outros.

Solares antiquíssimos, onde o caso mais recente, será a casa da quinta do Sardão em Rio Meão, onde a própria Junta preferiu demolir a pedir ajuda ao IPAR, por exemplo.

Não temos autarquias COMPETETENTES, sensíveis a estas coisas. Crescimento sustentável é coisa que nunca lhes passou pela cabeça.

E com tanto sítio onde gastar dinheiro... Gastam-no a enterrar o nosso património.
Em relação à Viagem Medieval…. Concordo plenamente que não passa da festa do porco no espeto, disfarçada com companhias de teatro que levam milhões de euros à autarquia, que só assim por acaso está endividada até às pontas do cabelo! E o mais hilariante é que entre os credores estão as associações de Cultura e Recreio do nosso Concelho, que pelo que sei, até à banca já foram obrigadas a recorrer.

Imaginarius… é mau de mais para ser verdade! Enquanto que a Festa do porco no espeto ainda traz alguns dividendos às associações que por lá exploram os tascos… o imaginarius só serve para que mais uma vez vejamos dinheiro que tanta falta nos faz a ser levado para o ESTRANGEIRO!!!!

Meus senhores… a sociedade de hoje não tem grandes valores morais, contudo, os nossos representantes são pagos, com dinheiro dos nossos impostos, para servirem as populações, E NÃO OS SEUS PRÓPRIOS INTERESSES.

A mudança é sempre boa… e nós devemos ter mais consciência na hora de votar! Esqueçamos cores politicas…. São todas iguais… apenas mudam as caras… e todas têm o mesmo interesse… tacho!

Anónimo disse...

É por o País ter muitos destes sabichões que está uma maravilha. Depois do mal feito todos encontram o remédio. Passem bem.

XEIRINHAS disse...

Este post é uma autentica pedrada no charco e as ondas de choque não param. Confesso até eu estou surpreeendido com tanto património desconhecido. Os anónimos têm que o tirar do anonimato sob pena de lesa-cultura.Mãos à obra e até pode ser aqui no blogue, vamos todos nas nossas terrinhas trazer para a luz do dia casos identicos, o ShreK vai arranjar por cá um cantinho, a que se pode chamar"património perdido", "roteiro desconhecido" ou outro qualquer, nós, só temos que enviar com uma memária descritiva do que conhecemos,a foto e para ajudar na localização até podemos mandar as cordenadas GPS. Não vamos politizar as coisas. Quer os que estão na cadeira do poder como os que estão de pé à espera, isto é matéria que não lhes desperta o apetite. Leiam os programas dos partidos nas últimas autarquicas e digam-me se é ou não verdade. Vamos fazer disto um autentico movimento civico, inventariando aquilo que quase só é conhecido pelos locais. Temos, como aqui se prova pano para mangas. Não vamos esperar pelos outros, vamos nós. OK?

Anónimo disse...

Quanto pagam para eu fazer um inventário dos verdadeiros vestígios históricos?????????????????????????????????

Anónimo disse...

pá...que azeiteirada...desaparecam...pseudopolíticos