Apanhados de manhã, soltos à tarde
Nenhum dos 11 visados, ontem, segunda-feira, numa operação da GNR por suspeitas de, pelo menos, 80 assaltos no Norte e Centro será presente a juiz. O MP invocou a falta de flagrante delito e foram só constituídos arguidos.
Desde Outubro do ano passado que o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Vila Nova de Gaia seguia a actividade do grupo, composto por indivíduos com 17 a 22 anos. Cafés, restaurantes, caixas Multibanco, casas, garagens colectivas, bombas de gasolina e lojas de pronto-a-vestir foram os alvos de uma vaga de furtos por arrombamento que se estendeu a vários concelhos.
“Há registo de crimes no Grande Porto e nos distritos de Viana do Castelo, Aveiro e Viseu”, explicou o capitão Rui Ferreira, comandante do Destacamento de Gaia. O gangue terá cometido, também, alguns roubos à mão armada.
Ontem de manhã, cerca de 90 militares da GNR, inclusive da Companhia de Operações Especiais, desencadearam oito buscas em residências, nas zonas de S. Félix Marinha e Serzedo, em Gaia, e Mozelos (Santa Maria da Feira). Na mira estiveram não só os alegados operacionais como os receptadores dos bens furtados.
Na urbanização Alberto Martins Andrade, conhecida por “Bairro das Facas”, em S. Félix, os ânimos aqueceram. A entrada musculada dos guardas, às nove horas, instalou a revolta nos moradores. “Chegaram uns 50 militares, alguns encapuzados e com metralhadoras. Dentro das casas partiram tudo”, lamentou uma residente. Atribulado foi, também, o momento em que os suspeitos – quatro naquele aglomerado – foram encaminhados das residências para as carrinhas da GNR. Houve murros nos veículos policiais, empurrões, insultos, berros e uma moradora sentiu-se mal.
A decisão de não apresentar os visados a tribunal para aplicação de medidas de coacção apanhou de surpresa os militares da GNR. A procuradora do Ministério Público entendeu que não havia pressupostos para emitir mandados de detenção fora de flagrante delito. Assim sendo, prestaram todos termo de identidade e residência e foram restituídos à liberdade.
Nas buscas foi apreendida uma grande quantidade de artigos que a GNR acredita terem resultado de assaltos: plasmas, aparelhagens, veículos, computadores, telemóveis e DVD, entre outros bens. Também apreendidas foram uma caçadeira de canos serrados, uma pistola e um papagaio furtado de um café em Viana.
O mesmo grupo, segundo a força policial, já tinha sido alvo de buscas do NIC de Gaia, em 2008, por crimes semelhantes, tendo na altura alguns elementos ficado em prisão preventiva.
3 comentários:
É uma alegria!
Não é uma alegria, é uma merda.
As forças de autoridade ficam desmotivadas porque vêem o seu trabalho desacraditado por uma procuradora, os ladrões sabem que isto acontece e já nem se preocupam e amanhã vão novamente assaltar algumas casas, cafés e ouriversarias.
Cada mais um país à deriva!!!
Para quando uma mudança?
..este pessoal da pesada tem que viver...e roubar a ricos já nem é pecado...e estarem na prisão como se tratasse de um hotel...nem pensar..o melhor é soltar as feras...ahahaha
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