Se não fossem os Romanos ainda se comia a mistela dos Lusitanos!
O português medieval desta região alimentava-se das escassas carnes que apanhava ou dos animais que domesticava. Era uma alimentação pobre! Dispunha das mais variadas desde os porcos monteses, cervos, ursos até bois, cabras, ovelhas, coelhos.
Depois as aves como as galinhas, patos, gansos, pombos, faisões, pavões, rolas, tanto as de caça como as de criação, menos o peru que apareceu posteriormente. A carne era considerada muito importante por dar força, para lutar, trabalhar e caçar e por isso saber trinchar era uma arte e uma ocupação tomada muito a sério. Uma arte que era pública e quem comia gostava de ver o que era retalhado. Os restos serviam para fazer chouriças e outros enchidos. A forma mais frequente de cozinhar a carne era assá-la no espeto (assado), mas o normal era cada um chegar o naco de carne ao lume e assim partilhavam os serões em família nos dias mais invernosos. Mas servia-se também carne cozida, carne picada e carne estufada. Usavam alguns temperos como as ervas de cheiro, coentros, salsa e hortelã, ao lado de sumos de limão e de agraço, vinagre, de cebola e de pinhões. Cebola e azeite entravam sempre em refogados, assim como a manteiga, o toucinho e a banha de porco e de vaca. O sal era valioso e usado mais na conservação. Nesta região havia a salga de vários peixes e animais e as terras de Santa Maria iam até ao mar.Nesta região feirense não havia muito o hábito de comer peixe e mesmo nos dias em que a Igreja assim obrigava, este era salgado. O povo conhecia a pescada, a sardinha, congros, sáveis, salmonetes e lampreias. Também se conhecia a carne de baleia e de toninha, bem como mariscos e crustáceos, mas era algo estranho aos hábitos desta gente medieval. O peixe seco salgado e defumado era o que se podia encontrar em pequenas quantidades pendurados junto às lareiras.
Hortaliças e legumes não eram muito apreciadas, embora o povo tivesse que se alimentar com couves, favas, ervilhas e lentilhas, as quais ainda eram muito azedas. Preferia o miolo de castanha porque era possível obter durante seis meses sem ganhar fungos e também de bolota. Faziam mais sopas quando não havia carnes!
Não havia o hábito de se beber leite. Este era mais utilizado no queijo e manteiga.
Os Ovos consumiam-se cozidos, escalfados e mexidos e não havia tradição de se fazer bolos e os poucos que se faziam levavam mel e ficavam com aspecto grotesco e escuro como era o caso dos biscoitos. (A afamada indústria doceira nacional desenvolveu-se no Renascimento)
E quando era preciso beber, havia água e vinho. Nunca cerveja! O vinho era temperado com água e aquecido, mais no inverno. Claro que havia frutas, mas não se faziam sangrias. Eram comidas ao natural ao mesmo tempo que se bebia o vinho e acontecia mais no tempo quente para refrescar. E eram os homens que bebiam o vinho. Ainda havia conservas e doces de fruta como doces de cidra, pêssego, limão, pêra, abóbora e marmelo. A laranja sempre serviu para aromatizar e perfumar. Já as cerejas e os pêssegos eram considerados frutos pouco saudáveis.
O povo não usava muito os pratos e por vezes os alimentos eram postos sobre grandes fatias de pão ou sobre um talhador de madeira. Usavam colheres, mas desconheciam os garfos. Para os líquidos usavam as escudelas em madeira e não eram de barro (Tigelas de madeira). Isso era uso de elites a viver longe das terras de Santa Maria
4 comentários:
Eu acho que a Alvagia está a confundir a época medieval com os tempos dos seus avós...
E isto tudo para explicar o quê?
Que a festa da fevera é tudo menos medieval?!
Qualquer pessoa normal já percebeu isso!
Sempre ao lado Alvagia!!
É pena que as castanhas de hoje não sejam tão usadas na culinária.
Mas o preço das mesmas é muito elevado.
Gostava de saber mais sobre o uso da madeira nos utensilios dos camponeses medievais.
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