15 outubro, 2010

Empresa que provoca maus cheiros em dois municípios obtém licença para laborar até 2012

A Agência Portuguesa do Ambiente renovou a licença ambiental a uma empresa de transformação de subprodutos de origem animal, cujos maus cheiros têm vindo a ser contestados pela população de Santa Maria da Feira e São João da Madeira.

A empresa Luís Leal & Filhos S.A., conhecida como “Casqueira”, localiza-se em Arrifana, no concelho da Feira, e passa a estar autorizada a manter a produção de farinhas e gorduras até Março de 2012. Contudo, a licença proíbe a fábrica de utilizar o seu novo digestor e recomenda a adopção de outras medidas.

Luís Leal, administrador da empresa, afirmou que ainda está a estudar o teor do documento “para avaliar se se justifica avançar com uma reclamação”. O empresário disse que “quer ter a certeza de que não lhes estão a exigir mais condições do que as que exigem às outras unidades do sector”.

A dúvida deve-se ao facto de a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) exigir que a fábrica de Arrifana esteja sempre a funcionar sob “uma pressão de sucção” de odores que, para Luís Leal, “não é comum nas outras unidades do género”. Luis Leal argumenta que “conhece muitas empresas nacionais e estrangeiras que trabalham nesta área e nenhuma funciona com estes níveis de pressão”.

Queixas de autarquias

Em Junho, durante o período de consulta pública que antecedeu a emissão da licença ambiental, tanto a Câmara de Santa Maria da Feira como a de S. João da Madeira expressaram à APA a sua preocupação quanto aos odores emitidos pela Luís Leal & Filhos.

Para o vereador com o pelouro do ambiente na Câmara da Feira, Emídio Sousa, “a expectativa é de que, agora, essa questão dos cheiros esteja salvaguardada, até porque já existe tecnologia adequada à resolução do problema”.

O presidente da Câmara de S. João da Madeira, Castro Almeida, também se manifestara contra a renovação da licença ambiental até que fique “inequivocamente provado que a empresa não liberta cheiros incompatíveis com a qualidade de vida da cidade”.

Agora que a APA autorizou a empresa a laborar por mais 18 meses, a Lusa voltou a contactar o autarca, mas, até à data, ainda não comentou o assunto.

in CM

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