CDS-PP Feira - Motivos para um regresso, pelo Futuro!

por Valter Amorim

Dois anos se passaram desde que assumi uma posição de rotura e deixei a liderança do CDS-PP Feira. Na altura, publicamente optei por um período de retiro que me permitisse, com frieza; fazer a análise e de fora percepcionar a evolução e resultado do que iria conceber tal postura, local mas principalmente distrital e nacional.

Agora de regresso, aceitando fazer parte de uma nova Concelhia sob liderança de Alferes Pereira, que com um diálogo aberto e construtivo me convidou, acertamos algumas ideias, eventualmente limou-se certas arestas e de novo me encontro disponível, para dando o meu melhor; servir o Partido, seus simpatizantes e claro o Concelho.

No entanto, não estaria em consciência plena se não promove-se certas considerações para que todos os feirenses, em especial quem me acompanhou e apoiou; entendam os motivos que conduziram á rotura, o que se alterou e o porquê do regresso.

Em meados de 2008, na altura sob a regide do Dr António Júlio Moreira, com quem com satisfação colaborei; na então Concelhia, sempre acompanhado de perto pelo Sr Manuel Almeida; foi definido promover um novo projecto para a condução do Partido, que fomentá-se uma rotura no panorama de então e conduzi-se a um crescimento real e com futuro. Aceitei encabeçar esse projecto ambicioso, assente na colaboração, empenho e dedicação de todos no concelho, com a participação activa da distrital e plena aceitação da nacional. Não seria possivel de outra forma, só com tal conjugação de esforços poderia aceitar, só com a envolvência de todos poderia resultar, só dessa forma crescer não passaria de uma miragem.
Foram estruturadas certas estratégias, linhas condutoras de um projecto; propaladas determinadas promessas e em função da conjugação de todos estes factores, defendi e encabeçei tal projecto que me pareceu sério, honesto, convicto mas acima de tudo aglutinador e com potencialidades de sucesso como talvez até então não teriam existido no Concelho.

Então com 34 anos, sem ser um lírico sonhador mas sim um jovem com visão, conhecedor do que queria e da forma que o pretendia avancei. Muitos questionaram a juventude. Ser jovem não significa menor sapiência, diminuta experiência mas sim o futuro, é nos jovens que reside o amanha. Os jovens não são uma "geração á rasca", mas estão enrascados com o futuro que lhes deixam. Ter coragem, ambição, verticalidade, não se deixar corromper por falsas demagogias e irrascivéis ou inócuas promessas, é sinónimo de juventude. Ter sentido crítico e ter responsabilidade não é dogma para um jovem. Era assim, tal como hoje; que me sentia e acreditei como hoje acredito, que ser sério e honesto na politica como na vida é ser-se superior.

Muitas foram as promessas, nenhuma foi comprida. Não foi só a mim e quem comigo estava que falharam, foi ao Partido, á sua história mas em especial aos seus militantes. Em politica dignidade e verdade não podem escacear, procurar o bem individual em deterimento do bem de todos deve ser irradicado, a solução passa por ser diferente para melhor e só dessa forma os partidos voltaram a ser os alicerses da Democracia e do Povo. Hoje tal como então, talvez mais ainda; é nisto que acredito e é por isso que regresso.

Relembro algumas citações tornadas públicas aquando da minha tomada de posse: "Devemos apoiar este jovem", "Tudo faremos para colaborar e ajudar esta concelhia". Não foram mais que vãs promessas lançadas ao vento que passa. Hoje devo dizê-lo como o disse na altura, lamento a atitude aos militantes e a quem comigo estava e em quem acreditou no projecto. Devo fezer mea culpa também por, de forma ingénua ter acreditado em determinadas promessas e pessoas, hoje não seria igual e devo assumir que só podemos contar com quem a nosso lado está e não esperar pelos demais.

Passados dois anos, ficam aqui as explicações que entendo necessárias. Noto que nem todos os problemas foram resolvidos. Penso que ainda hoje, há gente que não assume a importância de um CDS-PP forte em Santa Maria da Feira e o que isso pode representar na região mas também no destrito. Não deve ser descurado o Concelho mais densamente povoado do distrito, sede de uma região e que mais potencialdade de crescimento apresenta.

A anterior Concelhia mas principalmente Alferes Pereira merecem uma palavra de apreço, numa conjuntura dificíl para ele com a minha posição de rotura mas a meu vêr necessária; enfrentou com grande dignidade a condução do partido. Foi dedicado e sofreu imenso com os problemas que sempre procurou resolver mas que passados dois anos persistem, mas felizmente com alguma evolução.

Um reparo também á anterior concelhia, algumas afirmações e considerações efectuadas sobre quem substituiram, procurando eventual desculpabilização e simpatia não são de louvar mas compreendo-as.
Estando de volta com orgulho por poder, de forma activa; colaborar e em certa medida dar provimento ao projecto que acreditei em tempos, estou disponivel para com convicção defender esta Concelhia e seus militantes. Quem não se serve da politica, quem não precisa da politica mas reconhece a vital importância de participar falando a verdade, promovendo a democracia, não se esconde. Mais do que nunca, ter voz activa, elevar a vitalidade da opinião e a necessidade de falar de dentro para fora, sempre com total verticalidade é defender as pessoas, acabar com o sistema e irradicar com os compadrios. Falar sempre o que se pensa e acima de tudo representar os que verdadeiramente nos motivam nas crenças e nos ideais, o povo; são o motivo do meu regresso.

Não pretendo ser visto como apenas só mais um membro da comissão politica concelhia nem ter visibilidade escurecida ou diminuida pelo passado, quem não deve não teme; defenderei as minhas ideias nunca abdicando dos objectivos da comissão.

Porque um homem não deve ter memória curta, um especial agradecimento ao Sr Manuel Almeida pelo apoio e acompanhamento em todas as horas e ao Dr António Júlio Moreira, pessoa que admiro, homem de bem e que embora muitos tenham esquecido; serviu o Partido com total dignidade durante longos anos, ainda serve; e que acredito tenha dado o melhor de si mas acima de tudo o que a vida lhe permitiu.

Ao Alferes Pereira louvo a postura de união, só assim se podia ultrapassar barreiras e acabar com o passado. A ele se deve a possibilidade de reunir as múltiplas vozes do partido, pensar no presente e aligeirar caminho para o futuro. Vital é o futuro, o passado já foi.

Esta Concelhia têm uma dificíl tarefa pela frente, mas não teme o desafio; a vontade e a determinação sobejam. Tudo será diferente e os objectivos existem para serem alcançados, sempre com grande empenho e esforço, já que sem trabalho nada se faz. Os obstáculos são muitos mas o futuro é risonho, com a certeza que em 2013 seremos melhores, mais organizados e fortes e acima de tudo muito melhor preparados.

Faço um virar de página. A partir de hoje só o futuro me interessa. Corrijo, só o futuro nos interessa: ao CDS-PP e a Santa Maria da Feira.

Valter Amorim (Comissão Politica Concelhia CDS-PP Feira)