Novo parque de lazer foi inaugurado recentemente |
“Há muita gente de fora que está aqui a fixar residência”, afirma ao labor o presidente da junta de freguesia, Luís André Santos. “Tem havido muita construção nova porque estamos a dois minutos do centro da Feira e somos mais acessíveis ao nível financeiro”, explica. O autarca não consegue precisar a diferença de valores entre a sua freguesia e a sede do concelho mas garante ser significativa. “Como os terrenos são mais baratos, os promotores podem apostar na qualidade das habitações. Por isso, temos por aí casas muito bonitas”.
Bonitas e habitadas. Tanto Luís André Santos como o seu antecessor até 2009, António Sousa Santos, afirmam que é raro encontrar em Fornos casas por habitar ou por vender. “Vende-se com muita facilidade”, garante o último. O presidente da junta reconhece que, à conta da crise, a construção até tem estado parada mas, assim que vier a retoma, não falta onde construir nos dois quilómetros quadrados da vila. “O Plano Diretor Municipal autoriza-nos a construir em toda a freguesia”, reitera o antecessor.
A família de Paulo Monteiro mudou-se para Fornos há quatro anos |
“Agora, gosto mais da Feira”
O presidente da junta espera que o crescimento dê mais força à freguesia |
Susana Cavaleiro viveu toda a sua vida em S. João da Madeira, onde também trabalhava. Mudou-se para Fornos com o companheiro ainda antes de saber que o seu local de trabalho estaria para ser deslocado para Santa Maria da Feira. “Lembro-me de ver uma publicidade a anunciar habitação para jovens e concorri”, conta ao labor. Uma moradia de dois andares com três quartos e garagem custou-lhe pouco mais de 75 mil euros. “É muito mais barato”, atira, como se fosse - e é - óbvio. “E não estou nada arrependida”, avisa, numa alusão à opção de venda que alguns dos seus vizinhos tomaram. “S. João da Madeira para mim está fora de questão. Mais depressa ia para a Feira. Agora, gosto mais da Feira”, remata.
A melhor relação qualidade/preço
Habitação a custos controlados atraiu 92 famílias |
Na outra ponta da freguesia vivem Paulo Monteiro e Sandra Almeida. O casal com pouco mais de 30 anos trabalha em S. João da Madeira e mudou-se para Fornos há cerca de quatro anos, após o nascimento da primeira filha. “Foi a principal razão. O apartamento era bom mas queríamos um jardim e espaço ao ar livre para ela poder brincar”, explica Paulo. Encontraram-no em Fornos. Por 160 mil euros, compraram uma moradia geminada com três frentes e 300 metros quadrados, mais 200 de terreno. “Indiscutivelmente, gostávamos de viver em S. João da Madeira mas os preços estavam completamente fora do nosso orçamento”, reconhece. Aparentemente, a mesma casa na cidade do trabalho custaria entre 210 e 220 mil euros. “Os preços de habitação em S. João da Madeira são 20% ou mais superiores aos de Fornos e com a mesma ou pior qualidade de construção”, observa. “Em Fornos, estamos a cinco minutos do trabalho e muito perto de Santa Maria da Feira e dos acessos à autoestrada. Em termos de preço, qualidade e localização, foi a solução mais equilibrada que encontrámos”, afirma.
O presidente da junta acredita que a pacatez de Fornos também atrairá novos residentes em busca de sossego. Reconhece que a freguesia é praticamente um “dormitório” para os novos habitantes mas garante que não está “adormecida”. Numa tentativa de integrar os mais recentes moradores nas atividades da vila, concluiu recentemente um parque de lazer com equipamento infantil e geriátrico e continua a lutar pela construção de um centro escolar que agrupe as duas escolas do 1.º ciclo e as três turmas de pré-escolar, aumentando também a capacidade para absorver mais crianças. A luta pelo centro escolar é antiga e baseada na perceção de que a freguesia estava efetivamente a crescer. Luís André Santos espera que os números dos Censos dêem agora mais força às reivindicações da freguesia.
Por: Anabela S. Carvalho
in labor
2 comentários:
fornos está muito bom. só falta arranjar o campo de volibol de praia, aí passa a ser o centro do mundo.
Apesar de crescer, Fornos parece estar tão longe de SMF! Fazendo parte do grupo de novos moradores, falo, nomeadamente, nas condições de habitabilidade, onde o saneamento ainda não é uma realidade generalizada, para ter gás natural tive que lutar através da instância reguladora e idem, para ter alguma electricidade de qualidade! Ainda há muito caminho a percorrer...
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