20 novembro, 2011

Santa Maria da Feira: Sete edifícios em processo de Classificação pelo IGESPAR

image Uma pergunta: Para que serve pedir estas classificações se depois se abandona como no caso da Malaposta de Sanfins?

Santa Maria da Feira, 17 nov (Lusa) - O município da Feira tem sete edifícios em processo de classificação pelo IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, incluindo-se entre esses as igrejas dos Lóios e da Misericórdia, o Mercado Municipal e o Castro de Fiães.

Segundo fonte do IGESPAR, para além desses imóveis, estão também em vias de classificação a Quinta da Murtosa, a Quinta do Seixal e a Mamoela de Vinhó.

No que se refere à Igreja da Misericórdia, a proposta de classificação como Monumento de Interesse Público está até 13 de dezembro em processo de audiência prévia aos interessados e respeita não apenas ao templo religioso, mas também à sua escadaria e chafariz.

Embora evidenciando traços maneiristas, o imóvel terá sido concluído no primeiro terço do século XVIII, foi parcialmente destruído pelo terramoto de 1755 e restaurado na década de 1980.

Já relativamente ao conjunto constituído pela Igreja e pelo Convento dos Lóios, o processo aguarda despacho de emissão para a Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura do IGESPAR, adianta a mesma fonte.

Ambos os edifícios foram doados à autarquia após a extinção das ordens religiosas, sendo que a igreja sempre funcionou como tal, enquanto o antigo refeitório dos monges recebeu o Teatro D. Fernando II e o convento acolheu o Tribunal da Feira e as conservatórias - até que nos anos 1980 esse espaço passou a funcionar sobretudo como museu.

Também em apreciação está o Mercado Municipal, que, concluído em 1959, é considerado uma obra simbólica de Fernando Távora.

Distingue-se pela sua traça modernista, na medida em que se enquadra com discrição na paisagem edificada, embora realçando o fundo verde das encostas de acesso ao Castelo da Feira.

Também em análise está o Castro de Fiães, onde, apesar de indícios apontando para a Idade do Ferro, abundam sobretudo vestígios dos séculos IV e V d.C..

O IGESPAR informa, contudo, que "o castro apresenta-se destruído na sua quase totalidade, em sequência da atividade exercida numa pedreira nas imediações e da edificação de uma moradia justamente no centro do monte em que se ergue o povoado".

A Mamoela de Vinhó será, entre os imóveis sujeitos a Classificação, o de menor visibilidade no município, mas o mais antigo.

Já homologado como Imóvel de Interesse Público, situa-se na freguesia de Pigeiros e consiste numa mamoa com cerca de 20 metros de diâmetro máximo, que, de acordo com as práticas neolíticas, teria caráter fúnebre ou religioso.

Quanto às Quintas do Seixal e da Murtosa, a informação disponibilizada pelo IGESPAR refere apenas que a primeira se situa em Milheirós de Poiares, mas adianta que a segunda, em Mosteirô, envolve uma moradia construída por volta de 1780, que terá sido visitada por Eça de Queirós e mencionada no romance "A Ilustre Casa de Ramires".

O prazo inicial para conclusão dos procedimentos relativos às Igrejas dos Lóios e da Misericórdia, ao Museu Municipal e às Quintas do Seixal e da Murtosa era o final de 2011, sob pena de os respetivos processos caducarem. No início de novembro, esse prazo legal foi, no entanto, prorrogado até 31 de dezembro de 2012.

A Lusa procurou ouvir a Câmara Municipal da Feira a propósito desses sete processos em fase intermédia ou final de Classificação, mas, apesar de contactos nesse sentido, não obteve quaisquer declarações sobre o assunto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meus senhores, este imovél da Malaposta no lugar do mesmo nome na freguesia de Sanfins, foi comprada já algum tempo por um Sr. de Arouca, dono duma empresa de construção com obras em curso neste Concelho da Feira.