02 janeiro, 2012

Nouvelle cuisine, chefs e até o Quim Barreiros

image -Salada de camarão, abraseado com holandesa de vinho da Madeira e folha de arroz embebida em água de salsa. Autoria dos Chefs Diogo Noronha e Nuno Bergone – Restaurante Pedro e o Lobo.

-Galo do mar com talharin de pepino, raviolis de rabo de boi, salsifis, cerejas e notas de café lima e cardomomo. Autor, Ricardo Costa do restaurante do hotel Yeatman

São dois, podia trazer mais pratos, tirei-os de ementas de fim de ano, escolhi ao acaso nas muitas propostas de reveillon que vi por aí publicitadas. Eram para todos os gostos, como literalmente vão ver. Só imagino a trabalheira do camano que devem dar, para se chegar a um resultado final, que é como quem diz: comestível ou intragável? Sim, porque estas amálgamas alimentares, têm que ser muito bem testadas antes de chegarem à mesa. Muita coisinha deve acabar no caixote do lixo.

Imaginemos então a trabalheira que terão estes mestres de culinária no dizer cantante do Quim Barreiros mas modernaçamente conhecidos por “Chefs ”, para alcançarem estas obras pantagruélicas que, na mesma linha de modernidade, chamam de criações. E até nem sei se não serão divinas, porque já ouvir classificá-las de divinais.

O cardápio daquilo- é mais à grama, porque as doses são quase minimalistas, têm igualmente um nome próprio: menu de degustação, que isto do léxico da nouvelle cuisine, tem nome para tudo.

Mas trabalheira estou eu a tê-la e vinha eu para falar na dos outrora conhecidos por cozinheiros. E, para opinar do que quer que seja, nada melhor que com exemplos. Vamos lá dar um.

Não porque seja segredo, nem que mo tenham pedido, mas porque falar em nomes, tanto do chef como do restaurante, se este só aceita marcações para daqui a dois anos. Dar-lhe mais publicidade, era aumentar a lista e o tempo de espera. Ah! E fica para lá da fronteira.

Para vos fazer crescer agua na boca, bem pior ficou o chef, com o corpo todo alagado em suor, deixo-vos então a descrição sumaria da confecção e dos ingredientes de um prato desta nova cozinha que se o quiserem provar só lá para 2014. Mas vale a demora, pois é no restaurante do guru da coisa.

Coloca-se um nabo num grelhador a carvão, até que ele fique negro retinto. Os vinhos vêm mais tarde e também vai bem com um branco. Descasca-se e extrai-se-lhe o sumo que vai servir de tempero e regar um peito de pombo. Isto não é rego, acreditem. Na chapa, grelham-se umas avelãs que se juntam a um doce de amêndoas que se polvilha, -não tem nada a ver com polvo – com carne de vitela liofilizada. No fim, salpica-se tudo com gotas de peito de pombo e com molho de nabo. E vai à mesa. Os comentários, são de um nabo na cozinha. Eu.

Para vos aguçar o apetite, não do prato, mas do tema, ainda vos podia falar também em cozinha molecular e de fusão, não, não é fogão, é mesmo fusão. Bem, são cozinhas, mas mais podiam é ser laboratórios e assim em vez de fogões, usarem “Bicos de Bunsen”.

PS- Que o Novo Ano seja premiado com 3 estrelas Goodyear, não confundir com a dos restaurantes, que é de outra marca de pneus.
Que no Novo Ano não vos falte de comer nem apetite.
Que 2012 seja metade daquilo que dizem ir ser. Já é muito bom.

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