Bairro social de Fiães em sobressalto por causa de vandalismo

vendo isto na RTP e lendo esta intervenção do socialistas Marco Jesus, de Fiães…. até parece que estava tudo combinado!

  

“Habitação Social constitui, perante o período difícil que atravessamos, uma prioridade de acção de qualquer Câmara no país, o esforço social. Digo isto porque estou em crer que, uma vez ultrapassada toda esta tenebrosa órbita da crise económico-financeira, estaremos ainda durante muitos tempos confrontados com uma crise, digamos, social, gerada pelo desemprego, essencialmente, mas também pelas profundas desigualdades que se instalaram sem misericórdia na sociedade. Tal situação, como disse, implica da parte das autoridades autárquicas, também, respostas concretas e uma enorme faculdade de sentir a problemática social.

De tal modo que, vimos, alertar e sensibilizar - mas também exigir da Câmara Municipal - para a necessidade de um maior acompanhamento dos conjuntos de habitação social do concelho e que esse acompanhamento se distinga e se focalize em desenvolver estratégias de fundo e de acção que assentem na melhoria das condições desses conjuntos.

 

De outra forma, temos para nós que, sem qualquer tipo de reacção das entidades que tem a obrigação de zelar, caminharemos no sentido de uma grave desintegração social, caracterizada por fenómenos de delinquência, criminalidade e outros tantos comportamentos menos tolerados.

 

De resto, não será para menos, alguns bairros do Concelho parecem ser já autênticos “guetos” resultado, em parte, das enormes carências e do esquecimento a que estão a ser sujeitos. E não preciso de fazer longas viagens na minha terra como fez o nosso Almeida Garrett, Para tal conclusão. Basta-me dar como exemplos, os dois conjuntos de habitação social em Fiães para todos ficarmos convencidos que a Câmara há muito tempo se desresponsabilizou.

 

Assim, com o que vimos, ficamos com a sensação de que para a Câmara, as preocupações esgotaram-se na construção das estruturas, quando as preocupações deviam de focar, para nós, na valorização contínua da qualidade de vida daqueles que, por infortúnio e algum vexame, por lá habitam.

 

Isto seria com certeza, uma política social com fundamento e resposta humanizada. E, por vezes as respostas são muito simples não devendo sequer ferir as contas do orçamento, nem coisa que se pareça: Exemplos como, arranjo dos espaços exteriores, como os jardins e passeios, melhorar os acessos a estes conjuntos e não os marginalizar, ou até requalificar espaços de prática desportiva que de facto existem, estão lá, mas reduzidos a escombros, beneficiariam a qualidade de vida das pessoas, de muitos feirenses.

 

Em Fiães, em particular, um dos conjuntos de habitação social apresenta níveis tais de degradação que deve andar perto de não cumprir os princípios básicos de salubridade. Entendemos, então, que estamos a chegar a um nível crítico e que a Câmara tem que assumir as suas responsabilidades.

 

Assim, Sr. Presidente gostaríamos que nos faça parte, primeiro, se a politica social da Câmara prevê a beneficiação destes espaços a breve trecho e, segundo, se a verba de finalidade social irá adaptar-se a uma realidade social cada vez mais precária e que exige respostas perceptíveis de soluções.

 

Para terminar, se me permite, deixo-lhe uma pequena reflexão de Samuel Caleridge que me chamou particularmente atenção e que diz o seguinte: `Só quem ama a sua casa ama a sua Pátria”, Eu achei todo a propósito este pensamento e, de facto, esta reflexão que diz que, só formamos bons cidadãos se conseguirmos-lhes oferecer um lar condigno dá-nos uma justa perspectiva como lidar com a problemática da habitação social.”