26 abril, 2007

Abril sempre, onde?


33 anos depois, dou comigo a ver a TV Galicia para comemorar o 25 de Abril. No mínimo, absolutamente estranho e curioso, dirão alguns, quase me sentindo um português a viver num outro país qualquer à procura de um canal português que evocasse a memória de um dia tão falado constantemente sempre que seja necessário trazer à colação a justiça, a liberdade a igualdade em Portugal.
Mirei e voltei a remirar, esfreguei os olhos.
Era mesmo a TV Galicia que transmitia na noite de 25 de Abril um programa evocativo da Revolução das Forças Armadas - "Abril Sempre", um encontro com cantores Portugueses tais como Dulce Pontes e Zeca Medeiros a cantora espanhola Uxia, o sobrinho de Zeca Afonso, o músico Júlio Pereira e que contava ainda com a presença na plateia de Zélia Afonso a viúva do saudoso cantor de intervenção.

Não me contive, fiz zapping na TV, na RTP1 o "um contra todos", na RTP2 uma entrevista a um Dr., ou seria Engº. ?, bom para o caso pouco importa, mas seguramente não era sobre o dia que estava a terminar. Óbviamente a SIC e TVI passavam as habituais 3 horas de telenovelas que nos entram pelas televisões dentro diáriamente e logo após os telejornais.

Voltei à Galicia lógicamente, pois que estando em Portugal. no dia em que se comemoravam 33 anos de democracia neste Portugal de Abril (como muitos gostam ainda de apregoar, mas cada vez menos praticar) se pretendia ver e ouvir um programa evocativo da Revolução dos Cravos no meu País teria que me socorrer da televisão de nuestros hermanos.

De uma valente revolução estão as televisões deste País a precisar.

Uma vergonha.

Haja decoro, respeito, e acima de tudo ofereçam algo de cultural a este Pobo que não apenas e só as habituais novelas e novelos de enredos, e os filmes de tiros e bombas e socos nas trombas.

Foi para isto que se fez o 25 de Abril há 33 anos?

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