Qualquer um sabe qual é a definição de professor? Pois, muitos sabem, menos o governo e o ministério da educação!
Algures vi o tal conceito: “Alguém com formação académica e pedagógica, capaz de transmitir o que sabe, numa atitude de sabedor especializado em determinada temática ou saber.”
Infelizmente estamos longe! Edgar Morin, classificou a profissão de professor como uma profissão complexa, onde a incerteza, a ambiguidade das funções são o seu melhor traço definidor.
É aqui onde a nossa ministra bebeu toda a sabedoria na arte de governar a educação!
O professor bom não é o inteligente! É o esperto que meteu umas cunhas e conseguiu uns cargos. Esses dão pontos! O que sempre optou por leccionar tramou-se! O que tem sucesso e mais depressa chega a Titular é o que nem tem jeito para lidar com os alunos, mas tinha uns cargos como contar mesas e cadeiras, o que ia a certas reuniões e depois só tinha que relatar a mesma aos outros, ou então o tal que era coordenador das instalações e afinal nunca entrou nos cubículos obscuros dos funcionários!
Hoje, o verdadeiro professor nem precisa de saber leccionar!
Deve ser um técnico que domina a legislação, as tecnologias virtuais! Não deve estar preocupado com o aluno, mas sim em ter pontos. É a caça aos pontos! Que se lixem os alunos! O êxito profissional não passa pelos alunos! Passa pelos colegas com quem tenho de ser hipócrita para obter um bom perfil. Deve ser o mestre dos sorrisos e da diplomacia tendenciosa. Quando se fala em vocação, só me vem ao pensamento contas de matemática como conseguir ter mais pontos do que a parvalhona da sala do lado.
Voltamos a repetir o cenário de guerra para entrar na faculdade. Por uma décima, entrava ele e não eu!
Foi destruída a imagem de professor! Ele não presta! Nem quer ser tal coisa. Melhor é ser Titular. Já estou a imaginar a marginalidade entre quem é e quem não é! Ou então as piadinhas sobre ser ou não ser! O professorado fica dividido e muitos ficam descontentes. Não tarda nada em se descobrir as lutas internas que percorriam as escolas, onde os ganhos de uns significam a perda de outros!
E quando se fala de insucesso escolar? Esse acontece obrigatoriamente quando um professor recebe turmas especificamente de rendimento baixo. Basta juntar algumas cabecinhas ocas e oferecê-las de bandeja no horário de certo professor e pronto, este passa a ser o culpado e o mau da fita educacional. E por arrasto temos o discurso do profissionalismo!
Concluindo: quem tem pontos tem o poder! Agora há que talhar estratégias para os conseguir! Mas é claro que destes assuntos só entende quem está por dentro da rede!
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