Desta vez os assaltantes não conseguiram consumar o roubo por causa do sistema de abertura retardada da porta. Criminosos foram perseguidos de carro por um popular
“Foi terrível. Parece que cada assalto é pior que outro”, diz, apavorada, a florista vizinha dos CTT de Riomeão, Feira, que ontem, cerca do meio-dia, foram alvo de novo roubo à mão armada. Desta vez, o roubo não foi concretizado porque, depois de vários assaltos, foi colocada uma fechadura de segurança que apenas permite a abertura da porta a partir do balcão.
Maria José Neves só se apercebeu deste assalto quando ouviu os ladrões a pontapearem a porta praguejando ameaçadoramente para os funcionários e clientes. “Estava com um transportador, quando olhamos para fora e vimos o condutor, um jovem de óculos escuros, ao volante de um Peugeot 307 preto”, contou ao Diário de Aveiro a testemunha.
A primeira reacção desta comerciante, já habituada a estes constantes assaltos aos Correios, foi fechar a porta à chave e baixar-se para não ser vista. “Tremia toda porque tinha medo que tentassem fugir para a minha loja”, recorda. Segundos depois, os dois criminosos que tentavam arrombar a porta fugiram para o carro onde os esperava o terceiro cúmplice. “Estavam com gorros pretos na cabeça e usavam casacos de fato de treino, cinzentos, com carapuços. Só se viam as pontas das caçadeiras de canos serrados a sair dos casacos. Entrou um para trás e outro para a frente e arrancaram a grande velocidade”, explica a testemunha.
Atrás deles arrancou um cliente que estava no interior dos CTT e que os perseguiu através da variante que liga Riomeão ao Europarque e EN223 com acesso à A29. Foram cerca de 10 quilómetros de perseguição a alta velocidade que só terminou nas imediações da A29 quando os assaltantes se aperceberam que estavam a ser seguidos. “Um deles colocou-se de fora e apontou a arma para o senhor que abrandou logo, mas ainda os viu seguir na direcção de Ovar e Estarreja (sul)”, explica outro popular.
“Foram momentos de autêntico terror. Não há palavras para descrever aqueles momentos. É muito complicado, são imagens que marcam e ninguém imagina o que é estar aqui de manhã à noite sempre com medo que alguém nos entre aqui para nos assaltar”, desabafa Maria José Neves.
Francisco Manuel in Diário de Aveiro
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