“Che Alferes Pereira” desceu a Canedo

“Pimenta no cú dos outros, é refresco”. Quem o trouxe para aqui, em forma de comentário, ao adágio  popular brasileiro, acertou em cheio. É que a coisa de repente, já começou a dar coceira. No deles, é evidente.

A acção até agora, parecia que estava confinada aos palcos canedenses. E, não fizeram a coisa por menos, arranjaram-nos logo 3, refiro-me aos estudos universitários para a localização do novo aterro vindos lá dos lados da ria. Quem não riu, foram as gentes das Caldas e Pigeiros, que também foram contemplados, com um local e com a coceira.

Esta 3ªfeira pela noitinha, a saga do aterro lá voltou a entrar em cena em Canedo, em forma de assembleia de freguesia e com lotação esgotada. Desta vez, não foi no palco, o conclave desceu à plateia do Centro Social.

Novidades, não houve, a não ser aqueles que querem à viva força partidarizar a luta. Mas a esses o povo já os conhece e começou a dar mostras que já não os suporta. Assim eles aprendam.

Novidade, mesmo daquelas em primeira mão, chegou à assembleia, mas pela boca, a de Alferes Pereira dos Amigos do Uíma. Não esteve com meias medidas. Apelidou-nos, e sem sentido pejorativo de mansos. Referia-se à maneira, calma e ordeira como temos desenvolvido a nossa luta. “Assim, sujeitam-se a ter mesmo cá o aterro.” E deu-nos umas ideias como deveríamos ir para a luta e não foi de modas. Se apareceu ali com aspecto revolucionário, os métodos que preconizou, não o foram menos. “Porque não, cortarmos estradas ao trânsito” e com a plateia a embarcar na revolução, endureceu a luta:”vamos com uma dúzia de tractores cheios de lixo para a Vila e despejámo-los frente à Câmara” Aquela figura, era agora para os canedenses, um novo Che Guevara, que tinha descido da Sierra Maestra, para libertar os canedenses da maldita lixeira que lhe querem impingir.

Ao meu lado, alguém dizia, mais comedidamente: “o mal, foi ir a jogo a bola, com o nosso nome”. Também acho.

Uma surpresa para mim, foi encontrar um PS com pouca vontade de ir à luta. Parece-me que já desistiram. Em primeiro, não escondem a sua tristeza por ninguém lhes dar mérito pela sua luta. Depois, sentem-se que estão a ser ignorados, nas acções de luta levadas a cabo. Parece-me até, que afinal já não vão tirar da gaveta, as faixas que lá puseram e, quanto ao abrir telejornais como avisaram. Essa tarefa já tem dono e o comando vem de Pigeiros.