COMUNICAÇÃO
I)
1 – Nos últimos dias o meu nome apareceu na comunicação social, como alguém que, enquanto administrador da Metro do Porto, tinha recebido salários a que não tinha direito.
I)
1 – Nos últimos dias o meu nome apareceu na comunicação social, como alguém que, enquanto administrador da Metro do Porto, tinha recebido salários a que não tinha direito.
2 – A imagem dada para a opinião pública é, mais uma vez, uma imagem de degradação moral e de oportunismo por parte de quem exerce cargos políticos.
3 – É mais uma atitude irresponsável que, objectivamente, visa desprestigiar o poder político em geral e o poder local em particular, atitude para a qual eu não estou disponível.
II)
1 – O exercício do cargo de administrador da Metro do Porto, acarreta um conjunto de responsabilidades que sempre estive pronto a assumir.
2 – Aceitei sempre o valor que, quem de direito, resolveu pagar pelas responsabilidades assumidas pelos administradores não executivos e, pessoalmente, procurei cumprir com toda a dedicação essa função.
3 – Quando, por força da alteração da lei, os autarcas deixaram de ter o terço do seu vencimento base como limite máximo para o total das suas acumulações e, por isso, me passaram a pagar o vencimento na totalidade, tomei a iniciativa de solicitar à Sra. Presidente da Comissão de Fixação de Remunerações da Metro a redução do meu vencimento por, pessoalmente, o considerar excessivo.
4 – A Sra. Presidente - que foi indicada pelo Governo e pertence à IGF - respondeu-me, em papel timbrado da mesma IGF que não lhe parecia razoável fazê-lo, pelo que não me reduzia o vencimento.
5 – Ainda, assim, optei, de moto próprio, por reduzir a minha remuneração e dei instruções à Metro para me processarem apenas o valor correspondente a um terço do meu salário de autarca, tal como acontecia antes da revogação da lei que impunha esse limite.
6 – Quando o Governo (Ministério das Finanças) decidiu que os autarcas passariam a não ter direito a qualquer compensação pelo exercício deste cargo, continuei a desempenhar as mesmas funções e a assumir as responsabilidades inerentes, a título totalmente gratuito.
7 – Quando o mesmo Governo (Ministério das Finanças) entendeu que, por força das responsabilidades que tínhamos de assumir, deveríamos ser obrigados a fazer um seguro, mostrei-me, também, disponível para o absurdo; ou seja, pagar para trabalhar.
III)
1 – Só que, nos últimos dias, o Governo (Ministério das Finanças/IGF) perdeu o sentido do ridículo. Entendeu que tudo isto era pouco e resolveu ordenar a devolução dos salários que o seu próprio representante tinha definido. Não contente com a atitude, resolveu dar disso notícia nos jornais. Para este enxovalho público, é que eu já não estou disponível!
2 - Para que fique muito claro:
» Reduzi substancialmente e de moto próprio, o vencimento, que o representante do Governo me fixou.
» Aceitei a demagogia de ter de trabalhar e assumir responsabilidades totalmente de graça.
» Estive ainda disponível para aceitar o absurdo de ter de pagar para trabalhar.
» Mas não estou disponível para ser enxovalhado por quem não tem sentido de Estado e tudo lhe serve para fazer demagogia e denegrir quem exerce cargos públicos.
» Aceitei a demagogia de ter de trabalhar e assumir responsabilidades totalmente de graça.
» Estive ainda disponível para aceitar o absurdo de ter de pagar para trabalhar.
» Mas não estou disponível para ser enxovalhado por quem não tem sentido de Estado e tudo lhe serve para fazer demagogia e denegrir quem exerce cargos públicos.
3 - Para mim, BASTA e, por isso, irei apresentar a minha demissão de administrador da Metro do Porto.
Aceitei o cargo para trabalhar, inclusive de graça, mas não estou disponível para que ponham publicamente em causa a minha dignidade e a minha honorabilidade. Não me quero confundir com essa gente!
Assumir responsabilidades de graça, ter de pagar para trabalhar, e ainda aparecer aos olhos da opinião pública como alguém que não teve um comportamento correcto, ultrapassa os limites da seriedade e da ética.
Aceitei o cargo para trabalhar, inclusive de graça, mas não estou disponível para que ponham publicamente em causa a minha dignidade e a minha honorabilidade. Não me quero confundir com essa gente!
Assumir responsabilidades de graça, ter de pagar para trabalhar, e ainda aparecer aos olhos da opinião pública como alguém que não teve um comportamento correcto, ultrapassa os limites da seriedade e da ética.
4 - Não é, aliás, a primeira vez que, no âmbito das funções que exerço no Metro, procuram manchar o meu nome. Mais uma vez, passaram-se os limites e, por isso, resolvi cortar o mal pela raiz. Ninguém me pode exigir que assuma o papel de figurante numa opereta que desacredita a acção política, e degrada ainda mais o regime dito democrático.
Fico, aliás, ainda mais livre, para na minha particular condição de Presidente da Junta Metropolitana, poder continuar a falar sobre o Metro, sem que, de seguida, alguém lance nos jornais mais uma qualquer história a propósito do meu “chorudo” lugar na sua administração, já que é essa a mentalidade dominante.
5 – Enquanto Presidente da Câmara do Porto e da Junta Metropolitana, continuarei a pugnar, por todos os meios ao meu alcance, para que este importante projecto, venha ao encontro das necessidades das populações e potencie o desenvolvimento da Cidade e da Região – mas não tenho que estar permanentemente disponível para continuar a aturar este tipo de episódios em torno do Metro do Porto.
6 - Portugal só poderá aspirar a ser um regime verdadeiramente democrático quando os portugueses confiarem nos políticos que os representam. Atitudes baixas como esta a que agora assistimos, não
contribuem para a dignificação do serviço público, e só ajudam a descredibilizar ainda mais a pequenina classe política que vamos tendo.
6 - Portugal só poderá aspirar a ser um regime verdadeiramente democrático quando os portugueses confiarem nos políticos que os representam. Atitudes baixas como esta a que agora assistimos, não
contribuem para a dignificação do serviço público, e só ajudam a descredibilizar ainda mais a pequenina classe política que vamos tendo.
Porto, 29 de Abril de 2010
Rui Rio
1 comentário:
Muito bem! Parece-me mais do que óbvio que os lugares na administração da Metro do Porto são apetecíveis para o Governo PS que está a fazer de tudo para tirar de lá os actuais administradores que não da sua cor política. Até aposto que se algum dia o conseguir haverá nova alteração da lei para fixar um salário bem chorudo para os novos administradores rosa!!
Haverá ainda alguma vergonha neste governo de vinganças e retaliações mesquinhas?
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