Assembleia Municipal. Por favor, parem de “enconar”

Eu fui para esta assembleia, como quem vai para mais um “trabalho de Sisifo”. É que esta sucessão de assembleias, -já vamos na quarta ou quinta, embora esta tenha sido exclusiva – a tratar(?) da localização do aterro sanitário, traz-me à memória aquela figura da mitologia grega.

Lembram-se? Rodava à força de braços uma pedra até ao cimo da montanha. Lá chegado, largava-a e ela só parava de onde tinha partido. Incansavelmente, repetia a manobra até à exaustão. Uma inutilidade. Não era trabalho. Só podia ser castigo.

Agora é assim: vão os canedenses comigo atrás até à Vila a rebolar os seus argumentos contra a vinda do aterro que, basicamente são um só:”JÁ TIVEMOS”. Lá chegados, largam-nos. E o que acontece? Nada. Ninguém os ouve e mesmo aqueles que parecem dar-lhe atenção, nada mais fazem que enconar. Quando regressam, já lá está, à sua espera ,o sitio,…do novo aterro. É a nossa pedra, do castigado grego. Sisifo não sofreu mais.

Por lá, encona-se daqui, encona-se dacolá, sempre a debitar os mesmos argumentos. Sendo que os canedenses não podem ter outro. E os outros?

Já tinha prometido a mim mesmo que não dava nem mais um tostão para este peditório. Só que me acenaram com a presença de uma nova atracção: a LIPOR e mais duas que não contam para o totobola- Universidade de Aveiro e Suldouro. É que ia estar na presença, no dizer dos socialistas, da única solução que resolve sem dor o problema do aterro. A Câmara por sua vez rebate que é uma não solução.

Uns dizem que falaram com a Lipor e que esta lhe disse que está de braços abertos para receber os lixos. O Presidente por sua vez mostra correspondência recebida em que aquela lhe diz, precisamente o contrário. E andamos nisto.

Andamos e pelos vistos é para continuar é que , da presença da Lipor, nem cheiro.

Se acreditam mesmo nesta solução e parece-me que só os socialistas acreditam da bondade dela, só têm uma coisa a fazer. Pôr a Lipor a dizer isso mesmo, mas publicamente para que todos possamos ouvir. Estranhamente ou não, quando o Dr. Manuel Pinho(PS) levantou a hipótese da criação no âmbito da assembleia de uma comissão para ir à Lipor e que mais tarde até mereceu o aval de Alfredo Henriques, não passou de isso mesmo, uma intenção. Ninguém ligou patavina, nem do PS.

Não falem mais na Lipor, não invoquem mais o seu nome em vão. Parem de engonhar.

PS-Se uma faltou, houve mais outras duas atracções. Uma ida das Caldas, uma simpática menina , foi o momento da poesia. Outra de Pigeiros, foi Che Alferes, lui même. O genuíno.