01 setembro, 2010

Erros irreparáveis no rio Uíma?

imagepor José Bento 
Quero aqui dar testemunho dos passeios que dei, no último fim-de-semana, pelas margens do rio Uíma, na freguesia de Pigeiros, para que as pessoas tenham conhecimento das atrocidades que estão a ser cometidas, numa área tão rica em biodiversidade como esta.
 

imageNa Várzea, ao longo da margem direita do rio Uíma, deparei com um cenário “dantesco”, em que a maquinaria pesada alterou a topografia do terreno, destruiu uma extensão enorme de coberto vegetal, e abateu árvores frondosas, para que a INDAQUA instalasse os Intercectores de Nadais e Pigeiros, a montante do Uíma. 

Independentemente do juízo que se possa fazer, sobre a escolha daquele local para a passagem dos referidos interceptores, é para mim evidente a falta de cuidado com que se interveio neste meio natural sensível, de tal forma o rasto de destruição visível.
Mas o pior ainda estava para vir. 

imageNo dia seguinte, meti-me a caminho da nascente do rio Uíma.
A meio, já no limite da freguesia, deparei com uma enorme terraplanagem da A32 em construção, que cobriu um vasto trecho do leito do rio Uíma, agora entubado, e que se preparam para desviar através de uma passagem hiraulica, que ficará debaixo da nova via em construção. 

Não poderiam ter adoptado uma solução alternativa em viaduto, que mantivesse o leito do rio a céu aberto, e não afectasse a linha de água? Foi para poupar uns “cobres”, ou os senhores projectistas e do mi(ni)stério do ambiente não se deram ao trabalho de visitar o local?
Apregoa-se à boca cheia a defesa do ambiente, mas na prática, e aos poucos, vão-se cometendo erros irreparáveis. 

Deixo-vos aqui as imagens do triste espectáculo. 

Pobre Portugal! 

José Bento 

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3 comentários:

José Vaz e Silva disse...

O que ali foi feito com as obras do emissário do saneamento é uma selvajaria inqualificável!!!

Alferes Pereira disse...

Ora aqui temos dois exemplos de obras "à Câmara da Feira".
E chamam a isto progresso...

Marco Belini disse...

Na Indaqua a Câmara da Feira devia ter mão (partindo do principio que até nem concordam), no resto pode sempre desresposabilizar-se. Mas acho inqualificável e indigno ver uma das suas freguesias, e consequentemente o concelho, ser delapidado de mais uma das suas riquezas e nem sequer protestar formalmente. É vingança por não sermos todos da mesma cor partidária (eu até nem tenho nenhuma)? É desprezo por tudo aquilo que é belo e não se encontra na frequesia da Feira? Ou é simplesmente o total esquecimento do que nós fomos e o caminhar no sentido de um concelho dormitório, pseudo industrial sem a minima identidade?

Acreditem que nem o militante mais pobre de espirito que possam encontrar vos elegeu para isto.