Refiro-me ao encerramento ou não das grandes superfícies comerciais ao domingo. A decisão sobre tal assunto compete agora às Câmaras Municipais, e desde já é urgente saber o posicionamento do Executivo Feirense.
De acordo com a imprensa, os municípios concertarão posições, sob pena de não ficarem para trás nas actividades e no lucro. Outros, como Coimbra, recorrerão ao referendo local. Pois eu questiono, quando eram as entidades patronais que obrigavam os seus trabalhadores a recolher assinaturas para a abertura ao domingo, quando o argumento do maior número de postos de trabalho é completamente falacioso – são os mesmos trabalhadores que vão trabalhar mais horas, provavelmente por menos dinheiro, não fosse este sector o primeiro a tentar impor as 60 horas de trabalho semanal.
Não terão estes trabalhadores, na sua maioria mulheres, direito a estar com as suas famílias ao domingo? Direito ao repouso e lazer previstos na Constituição Portuguesa (permitam-me o desabafo, que agora o PSD pretende rasgar)? Gostaria de mencionar uma petição europeia, que moveu já mais de 18 000 pessoas, assinada por comunistas, como a Ilda Figueiredo, mas também pela Conferência Episcopal Portuguesa que afirma que “os lucros não deverão sobrepor-se aos valores familiares”, e por representantes do comércio tradicional. Relembro ainda que apenas a Suécia, a República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia e Eslovénia – 6 países – têm o comércio aberto ao domingo. Será este o tempo de humanismo para uma decisão camarária, que fará prevalecer o direito ao repouso, ao descanso, a estar com a família, o combate à exploração desenfreada das nossas mulheres trabalhadoras?
Quanto ao início do ano escolar, este executivo já nos habituou às inaugurações, enquanto a desorganização reina nas pedras que estão por colocar nos centros escolares e os contentores passaram definitivamente, de provisórios a definitivos, com os elevados custos que acarreta tal solução. De facto, de todos os centros escolares mais do que anunciados e propagandeados, apenas Lobão e Louredo estão em funcionamento e o ano escolar já começou. Gostaríamos, pois, de um esclarecimento relativamente a esta situação.
O nosso concelho está na iminência de uma desastrosa catástrofe social. De Agosto de 2009 para Agosto de 2010, o número de inscrições no centro de emprego aumentou de 8781 para 10 030 – mais 1249 inscritos, dos quais 60,2% são mulheres e mais de metade têm entre 35 e 54 anos. São mais de 10 000 pessoas que hoje não têm emprego, isto apenas de acordo com os números oficiais. E o corte brutal nas prestações sociais operado pelo Governo PS é um crime social. Famílias inteiras estão a perder a única fonte de rendimento – subsídio social de desemprego, rendimento social de inserção – e prestações essenciais de apoio à família como é a acção social escolar e o abono de família. Bem sabemos que os serviços sociais da Câmara Municipal não têm tido mãos a medir. Nesse sentido, gostaríamos que o executivo nos fizesse um pequeno retrato social e um resumo das medidas entretanto avançadas, bem como a sua posição face a esta nova legislação que empurra quem menos pode e menos tem para situações de maior risco de exclusão social.
Por fim, e a talhe de foice, agora que o PSD conseguiu o desiderato da implantação do pagamento de portagens em todo o país, já sabemos que o mau exemplo começará precisamente no nosso distrito, está o executivo de acordo com esta medida, contrariamente ao deliberado por esta Assembleia Municipal por proposta da CDU, – a pagar pagam todos e os feirenses sempre na linha da frente das medidas que exigem mais sacrifícios sempre aos que menos têm?
3 comentários:
Esta putada anda atrás de tacho ou já arranjou.
Qual a tua ó minha? Sempre a dar benesses a cambra, vai dar uma voltinha nos teus pneus.
És mesmo tachista...
Vem agora a Lúcia dizer-me onde é que eu tenho de ir e com quem tenho de estar ao Domingo? E se me apetecer estar todos os Domingos enfiado no Pingo Doce? É problema meu e ninguém tem nada a ver com isso muito menos os partidos políticos.
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