03 setembro, 2010

O Merdaíl é que havia de pagar

É a expressão da moda nesta altura: silly season. Nem sei bem o que isso é, mas se é moda, é para se usar.  Seja o que seja, sei que a pacatez destes tempos, negros, não só dos incêndios, foi quebrada agora pelo affaire Carlos Queiroz. Desde a sua nomeação para seleccionador que sou contra. Advinha-se à distância no que ia dar. Agora, sou totalmente contrário também à maneira como querem pôr o homem no olho da rua, num processo que tem no mínimo contornos kafkianos e com desculpas de mau pagador. Sim, porque o que pretendem é não pagar-lhe a indemnização compensatória, com uma cláusula de rescisão milionária. Ao que se diz, vai ser precisa uma pipa de massa.


Ficou o senhor secretário de estado, Lauro Sem Tino a Dias, chocado com o léxico empregue por Queiroz na recepção à brigada anti-doping. “Gravíssimo” disse. Quando uma deputada tratou um seu par de palhaço ou um outro fanou os gravadores do jornalista que o entrevistava, nada disto lhe mereceu reparos. Adiante. Tratou logo de sentenciar. Condene-se.Nunca se viu justiça tão rápida neste país. De um lado apanhou um mês e de uma outra entidade foram 6 meses de suspensão. E o melhor é que não foi ouvido por ninguém. É surreal.

Querem mandá-lo embora de qualquer maneira, mas não querem pagar-lhe, esta é que é a verdade. Eu também acho que não tem condições, nunca teve, para ficar. Mas assim, não. Se fosse eu, só saía com os bolsos cheios. Tinha que receber tudo até ao último tusto

Até aquela figura caquéctica que parece saída da série os Marretas, coordenador da selecção, um tal de Amândio, com carvalho, até ele só agora deu por ela que o Queiroz não serve. Acordou tarde. Nunca serviu, desde que deixou de ser treinador futedófilo. Com os graúdos, nunca deu nada.

Permitam-me também que até eu dite sentença. Levante-se o réu, o principal culpado deste imbróglio, o douto Merdail. Eminência parda , não só pela coloração capilar, desta tramóia era ele, quem devia ser obrigado a desembolsar os largos milhares de euros destinados a premiar a incompetência. Contratar o Queiroz. Um erro. Por quatro anos. Um erro a dobrar que passou a triplicar com a cláusula de despedimento contratualizada.

Nos entretantos, querem atabalhoadamente corrigir todos estes erros com um outro erro ainda maior, que só tem um nome: Pulhice.

Mas como diria o poeta Aleixo, para a pulhice ser maior e atingir profundidade, preparam-se agora, - não se espantem- para ser ele a indemnizar a FPF e porquê? Por incumprimento de contrato. De loucos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma enesima parte da celeridade de agora e o processo Casa Pia já era

Zé da Tarada disse...

´Selecção e FPF estão entregues à bicharada. É uma pena que essa do piloto automático seja uma metáfora porque uma e outra estavam bem melhores.

Anónimo disse...

O caso foi despoletado por causa de umas análises às urinas dos jogadores. Devia ser encerrado com a análise à cagada que dirigentes e politico fizeram.