Antigamente, as galvanoplastias (zinco/niquelo/cromagens) deixavam nas tinas umas lamas que continham resíduos de diversos metais pesados e continham cianeto, substância altamente tóxica. Essas lamas eram periodicamente retiradas e, diz-se, alguns iam enterrá-las em locais mais ou menos inóspitos, nos montes, outros guardavam-nas em bidões ou em embalagens próprias e retinham-nas “por aí”. Às vezes, ao lavar das tinas, se os efluentes eram deixados sair para o exterior, naturalmente, pelas valetas chegavam ao rio e aconteciam as mortandades da fauna piscícola, como todos nos recordamos.
Há uns anos a Sòbrinca entrou em insolvência e do seu “recheio” fazia parte uma grande quantidade de sacas contendo dessas perigosas lamas. Disseram-nos que, depois da cessação da actividade, os “herdeiros” da massa falida se aperceberam do “biscate” que lhes ficou nas mãos e sabiam eles que para o neutralizar teriam que exportar, com os custos inerentes, porque em Portugal não estava institucionalizada a co-incineração. Andaram as sacas em bolandas do edifício de cima para o debaixo e depois deste para o de cima e o certo é que a “bomba” está no interior das instalações, onde era a serralharia, ao que nos é dito.
O tecido das sacas deteriorado pelo tempo passado e o tecto está em vias de colapso, pelo que as próximas chuvadas – que nesta altura e com este tempo gostaríamos viessem já – encaminharão aquilo para o rio, via valetas. As consequências que sejam imaginadas.
Dizem uns que as instalações estão ainda à responsabilidade do Gestor Judicial e dizem outros que terão sido vendidas a um empresário da zona de Arouca. De quem que quer que sejam, foi feito alerta à EPNA (Departamento da GNR – Feira – que cuida da Protecção da Natureza e do Ambiente) e só se espera que despoletem medidas que levem aquilo para onde possa ser destruído, sendo os custos imputados a alguém. Não deixará de ser requerida a intervenção do responsável pela Protecção Civil da Câmara da Feira.
por Pinto da Silva
4 comentários:
Ai está o Pintinho no seu melhor. Queixinhas, mas agora por uma boa causa.
É curioso que este assunto foi despoletado já lá vão uns sete/oito anos e disso foi dado conhecimento à CCDRn. Vá-se lá agora saber o que fizeram os responsáveis pelo Ambiente, (exactamente as mesmas pessoas que ficaram a tratar das pedreiras de Lourosa, mas que este alerta do Snr.Pinto da Silva tem razão de ser é uma pura verdade. E a bomba se rebenta, adeus Termas das Caldas. Lembrem-se do que se passou em Rio Meão, o que foi feito? ... e mais não digo.
Aonde anda a Junta de Freguesia das Caldas nomeadamente o seu Presidente que diz defender o ambiente?
Está-se a falar das chamadas cromagens,aos residuos resultantes das mesmas (RIP)-residuos industriais perigosos, dá-se o nome de "lamas". É aqui que está o perigo ambiental.
Industrias menos escrupulosos, desfazem-se delas, deitando-as para "debaixo do tapete". O seu tratamento presentemente dá-se nas unidades chamadas CIVER- Centros Integrados de Recuperação,Valorização e Eliminação de Residuos. Uma destas unidades está situada na Chamusca e foi construida pela empresa PATRICIOS SA de Guisande. Os tratamentos dos RIP não sâo baratos, esta unidade ficou por milhões .
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