Comemoramos o 37º ano da revolução do 25 de Abril. Este é sem dúvida o pior ano da sempre “jovem” democracia Portuguesa. Até não me importa que lhe chamem “jovem” uma vez que tenho a mesma idade. Esta “jovem” nunca teve dote,contudo era casadoira, mas hoje não passa de uma pedinte às portas da Europa. Assim chegamos ao dia de hoje, envergonhados por esse mundo fora. Nunca este país passou por tal humilhação nos últimos 100 anos. Sem soberania, sem lideres, até sem Governo. Um distinto economista português, Vitor Bento, lançou este ano um novo livro sobre a situação do país. Em tal livro concluí que as teorias economicas não mudaram nos últimos 40 anos. Aquilo que mudou foi a escala de valores das pessoas. Eis a minha pergunta: E é preciso ser economista para tirar esta brilhante conclusão? Eis a minha resposta: Claro que não. O que mudou muito nos últimos anos de democracia foi essa importante hierarquia de valores que durante séculos sustentou um País, uma Pátria, uma Nação.
Somos hoje o País dos “Chicos espertos”, e dos “espertalhões”, onde não se valoriza o trabalho e a responsabilidade. O país da liberdade em que não se é livre para nascer e em que os Idosos são um empecilho com que se tem de lidar. O País em que a “Cunha” vale muito mais que a competência. Um País fraco que não consegue se quer governar-se. Um País que tem um Estado, cheio de exemplos de desperdício e irresponsabilidade. Esta é a herança de uma revolução, que não foi de princípios, nem de valores. Se houve período de irresponsabilidade e promoção da mesma foi o pós 25 de Abril. Nunca se cultivou na população os ideais certos. Falou-se de uma revolução que traria tudo de bom. Pergunto eu: Alguém se lembrou de mostrar a outra face da moeda?
Eu sei que ninguém ganha eleições a falar de dificuldades, nem a cortar subsídios inúteis. É sempre melhor ser o bom da fita que tudo resolve com um truque de magia. Os números são de uma frontalidade a toda a prova. Acabou o tempo do “depois vesse, depois paga-se”. Vamos ter de pagar, e é a partir de já, o preço de uma democracia, com base em ideais errados e pressupostos inocentes. Tanta luta, para entregar a nossa liberdade, de um momento para o outro, aqueles que têm o poder de nos sustentar. E até esses já perceberam, que se em 37 anos nunca fomos capazes de gastar menos do que aquilo que realmente temos, a mudança não será, nem fácil, nem rápida. Muitas vezes é só batendo no fundo que muitos percebem o seu real estado, e só nessa altura percebem a lógica da cura. No entanto não se livram de período horrível de ressaca. Pois preparem-se porque a ressaca está aí é para durar.
Eu sei que a platéia é pequena e que o momento merecia um discurso mais “a fazer de conta que está tudo bem e que somos todos muito amigos”. Diria até um discurso politicamente correcto, um verdadeiro discurso de Estado. Pois o problema é que não me revejo na forma de pensar e de agir de muitos daqueles que me circundam. Sei que não ganhei muitos apoiantes nesta sala, mas a batalha pela verdade e pela responsabilidade não se ganha aqui. Não fico por isso desiludido. Estou preparado para fazer aquilo que digo, porque digo aquilo que faço há muito tempo. Para todos os que terão de mudar… desejo boa sorte.
Rui Tavares
Santa Maria da Feira, 25 de Abril de 2011
3 comentários:
Talvez estejamos mais ou menos como nos anos 20.A nossa diferença,e que nessa altura apareceu um individuo empenhado em governar um Tipo que abdicou de tudo para se dedicar tutalmente ao Pais,hoge o que nus aparesse,sao defacto espertos que se governao a si proprios e o Pais que se dane.Salazar tomou um pais na banca rota,e em pouco tempo foi saldando as dividas que erdou.Deixounos uma Patria sem dividas,sem desenprego,sem ladroes,um pais que nao se humilhava diante de qualquer outro.A corja que nos apareceu em poucos anos ja nos tinha levado ao charco.Se isto e democracia,pelo menos foi imposta a força das armas.Eu,considerava liberdade o facto de me dar ao lucho de escolher para onde queria ir trabalhar.andar na rua sem ter medo de ser assaltado.Ir para a escola sem ter medo de ser raptado,Agora temos o que nos quizerem dar, ou tirar.
És mesmo zé nabo! Fazes comparações ridículas. Nem vale a pena falar mais.Santa ignorância.
Pensando um pouco,o primeiro comentario diz algo que da para pensar,o segundo nao precebi.
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