17 junho, 2011

Estórias da Mesa nº1 – Parte II

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No meu curriculum vitae de membro da assembleia de voto, no exercício da profissão, conto com, já me dei ao trabalho de tentar contabilizá-las, quase um quarteirão de participações em actos eleitorais, não me faltando mesmo um referendo.

Bem, já estava tão farto daquela vida e cansado de barafustar para ser riscado que cheguei a ameaçar faltar mais do que uma vez. Nunca ligaram. Acabei de ser corrido do lugar, quando o mesmo passou a ser remunerado. Ora toma que é para aprenderes.

Esta minha militância escrutino eleitoral, fi-la em regíme de voluntariado e sempre também na tal mesa mítica a nº1. Não sei se pela minha apetência para a geriatria. Outros, já adivinho, não vão faltar com outras motivações. Sirvam-se à vontade.

Eu vou então servi-los com mais uma estória passada na Mesa nº1. Passou-se mesmo comigo.

O acto eleitoral destinava-se a escolher um novo Presidente da Republica, saiu eleito o Dr. Jorge Sampaio, mas na “Um” o vencedor não podia ser outro: Cavaco Silva. No voto não aparecia a”chaminé” e não sei se não foi por isso que aconteceu esta história.

Àquela hora da manhã, ainda era tudo possível, o mais certo era mesmo a confusão que estava para chegar. Tinha acabado a missa da manhã. Hoje já não é assim, mas na altura, o caos quase chegava a instalar-se. A sala da um, é pequeníssima, com tanta gente a chegar ao mesmo tempo para votar, a fila quase chegava à rua. Para complicar, era Inverno e fazia frio.Nós só dizíamos:” aí está a grande evasão”

Conforme se podia lá se ia, um a um, dando baixa de mais um voto, quando, baixinha, vestida dos pés à cabeça de negro, um protótipo de viúva de aldeia, de andar alquebrado, uma simpática velhinha, aproxima-se para recolher o seu boletim. Deu meia volta em peão e ali estava ela estendendo-me a sua amostra de voto. Sim, porque o que ela me entregou, vi logo mal peguei nele, pelo tamanho e pelo papel era um daqueles papeluchos com que os partidos na propaganda eleitoral simulam um boletim de voto próprio para treinar.

Perguntei-lhe pelo original. Olhando para a mala de mão, não se descoseu. Embora a velhice já lhe tivesse roubado muitos atributos, houve um que até potenciou: o desenrascanço. Pausadamente disse-me, “fique com esse que está bem preenchido”

5 comentários:

Anónimo disse...

Xeiras há outras histórias que tú não podes contar. Davam prisa e tú sabes o que quero dizer.

XEIRINHAS disse...

Isto era um copianço da velhinha,admissivel, inadmissivel é o dos futuros...tenham juizo, mandem-nos para a estiva. O ministro da justiça acordou hoje, passados 3 dias. A justiça está bem representada de olhos vendados. Uma cambada de ceguinhos mas de olhos bem abertos para as trafulhices.Todos.

Anónimo disse...

Estou deliciado a ler as ESTORIAS narradas pelo n/cronista-mor,vulgo xeirinhas.O que eu gostava que ele nos deliciasse era com outras HISTORIAS tais como os desvios(não furtos)de bens de propriedade da junta para casa de alguns VIP de canedo.Eu sugiro que essas HISTORIAS possam ser narradas de forma suave para não indispor ninguém .Todos os CANEDENSES sabem que o xeirinhas tem muitas historias para narrar.....dado conviver com os ditos VIPs.Aguardo impacientemente pela 3a ESTORIA.

Anónimo disse...

Num pais de gente seria e honrada os senhores futuros juízes que copiaram só tinham uma saída era a EXPULSÃO do CEJ por não terem idoneidade moral para a profissão .Mas em Portugal ainda são considerados uns heróis ,nos merecemos isto e muito mais....Na nossa terra se o Coutinho se candidatasse ganhava outra vez porque o povo acha que o comportamento dele e o correcto......

Anónimo disse...

Pensava que o Coutinho já estava morto, falo politicamente, mas não, lembrem-se quem lhe deu VIDA foram os socialistas dando-lhe nova oportunidade, fizessem como os independentes e as eleições já teriam sido há mais tempo e até era possivel outro resultado.