06 outubro, 2011

Um Jardim à beira mar plantado

image por Rui Tavares
Parece que já foi tudo dito sobre os buracos que, por aqui e por ali, vão aparecendo com mais ou menos surpresa. O país caiu num estado febril de procura de buracos, sendo eles argumentos para o que se vive e para o que se vai viver… ou não. Este parece um discurso meio confuso, assim como são confusas algumas das posições tomadas, sobre este tema, por altas figuras nacionais. Achei por isso que era melhor recorrer ao mundo animal para explicar tal fenómeno.

Tendo em conta que tenho como tema de fundo buracos encontrei no meu pequeno jardim (sem segundas interpretações) a solução. Vamos então à fábula. 

Neste pequeno jardim conviviam felizes, as formigas trabalhadoras, a relva que lhes dá protecção e alimento, uma palmeira e os pardais que nela vivem. Tudo isto numa harmonia “natural” e sustentável.
 
Contudo, debaixo desta harmonia estava um perigo escondido. Invisível aos demais intervenientes, desenvolviam-se actividades obscuras debaixo da terra negra, que nada deixa ver. Nesse mundo estranho, subterrâneo, onde ter olhos não vale muito, o “faro” é quem manda.
 
Um belo dia de sol, apareceu um pequeno buraco sem que se perturbassem os demais. Os dias foram passando e aqui e ali apareciam buracos. A harmonia não tinha sido quebrada, mas o Inverno promete sempre dias mais difíceis. A relva deixou de estar viçosa, a palmeira começou a secar. Preocupados com esta situação reuniram-se ao mais alto nível as formigas e os pardais para avaliar a situação. Chegaram então à conclusão que era natural a relva definhar no Inverno, já quanto à palmeira, esperariam pelo verão para ver se se recompunha. O Inverno continuou cinzento e parecia não mais terminar. Os pardais que se abrigam nas folhas da palmeira e as formigas que escondem na relva e suas complexas construções, sofrem a bom sofrer.
 
E, num destes dias longos de Inverno surge então um buraco colossal. Neste momento, formigas e pardais parecem perceber o seu problema. Urge a todo o momento tapar os buracos pelos quais nunca se tinham preocupado. Usando tudo o que estava ao seu alcance, tentaram a todo o custo tapar estes buracos que envergonhavam o jardim e que comprometiam a seu futuro. Contudo não conseguiam conter o aparecimento de tantos buracos, percebendo que eram afinal bem mais do que aquilo que esperavam. 
 
As formigas e os pardais não perceberam logo que o problema não eram os buracos, mas sim quem os fazia. Iniciaram então uma caça às toupeiras e ratos que durante muito tempo tinham minado aquilo que tinha sido até certa altura um belo jardim.
 
Usando as mais modernas técnicas de guiões, preparei dois finais para esta história. 

. Na primeira versão as formigas e pardais são impotentes para travar os males provocados. Por razões óbvias nada podem fazer perante animais que se sabem refugiar muito bem e têm uma resistência incrível. A relva seca, a palmeira cai e os pardais com maior facilidade de se deslocarem abandonam o jardim procurando um novo local para viver. As formigas tentam a todo o custo alterar a sua situação complicada, acabando com inúmeras baixas, tendo sobrevivido algumas que a muito custo alcançaram um canteiro próximo. Mas este final não é só mau para os bons, também é mau para os maus. Ratos e toupeiras comem-se vivos, em cenas rocambolescas para maiores de 18. Mas nesta minha tentativa de fazer algumas justiça tenho de mencionar, não as toupeiras, mas os inteligentes ratos que em devido tempo escavaram túneis de fuga.
 
Na segunda versão do final também entro na história. Vendo o meu jardim neste estado, vou em socorro das formigas e pardais. Monto algumas armadilhas e vou apanhando, uma a uma, as teimosas toupeiras. Já os ratos, mais difíceis de apanhar, tento envenena-los, persegui-los para que deixem de uma vez por toda o meu jardim. Levará algum tempo até que a relva seja viçosa e a palmeira se fortaleça. Os pardais voltarão e poderei de novo desfrutar do meu jardim
 
Não sabemos como vai acabar esta história, esperemos simplesmente que as medidas já tomadas e as que estão na calha sejam suficientes para que nós “formigas” e “pardais” possamos continuar a habitar este jardim. 

Rui Tavares
Deputado Municipal do CDS-PP

4 comentários:

Anónimo disse...

Formigas (ratos ou toupeiras) como as do CDS, fazem tuneis tambem.. para passar subamarinos.

BULLSHIT

Anónimo disse...

As formigas, os ratos e as toupeiras ficaram também sem os seus abrigos e as sombras de milhares de sobreiros abatidos de forma ilegal e criminosa para se fazer mais um mega complexo de golf... O processo Portucale está aí a arrastar-se à anos e anos mas com o MP (ainda hoje) a pedir penas de prisão para alguns envolvidos e alguns do CDS/PP! O "Paulinho das feiras" de nada sabe, pois claro, sabe tanto como no caso dos submarinos... Bem pregas Frei Tomás!!!

Anónimo disse...

custo de 2 submarinos (um já avariado) - 1000 Milhões...sim 1000 Milhões. Quem anda atrás e apoia o Presidente do PP pura simplesmente tem que estar caladinho. Portas pior que o Jardim, os dois deveriam ser apresentados à Justiça e condenados por negócios ruinosos para o nosso Portugal. Os PP nãp podem falar te telhado de vidro, a começar pelo Presidente e se mexer muito alguns dirigentes concelhios. Fico por aqui. Isto são parceiros da onça, tal como o seu lider o homem mais falso do Pais.

Anónimo disse...

Apoiado... Gostei desta última frase!!!