13 dezembro, 2011

População de Aveiro enganada pela Câmara e ex governantes, com promessas falsas de criação de 200 postos de trabalho.

A Nissan anunciou a suspensão da construção da fábrica de baterias em Cacia. Este investimento, cuja primeira pedra foi lançada em Fevereiro de 2011, previa a criação de 200 postos de trabalho e um investimento de 156 milhões de euros. O Bloco de Esquerda pretende, por isso, esclarecimentos sobre esta decisão que apanha o país e, principalmente, os habitantes do distrito de Aveiro de surpresa.

O processo que levou a Nissan a indicar Portugal como um dos países que iria receber uma das fábricas de construção de baterias para veículos eléctricos teve o apoio público do Governo da altura. Aliás, foi uma vasta comitiva ministerial participou no lançamento da primeira pedra. Assim, é necessário que se tornem públicas as contrapartidas que foram dadas à Nissan para que o investimento ocorresse em Aveiro. Segundo o Ministro da Economia da altura, haveria “apoios financeiros, fiscais ou apoios do QREN”, pelo que é necessário esclarecer os portugueses de que apoios se falava.

Este investimento foi considerado estratégico para o país, pelo que a sua suspensão coloca várias questões que o Governo tem de esclarecer. A primeira das quais é se o Governo teve conhecimento antecipado da decisão da Nissan e se irá exigir a devolução das contrapartidas prestadas à Nissan. Mas, é também necessário que o Governo preste esclarecimentos ao país sobre esta suspensão de investimento estrangeiro em Portugal. Como é possível que o Governo, que tantas vezes fala em diplomacia económica, falhe agora o cumprimento de um investimento estrangeiro que estava completamente acertado?

Por outro lado, o investimento iria criar 200 postos de trabalho numa região extremamente fustigada pelo desemprego. A suspensão em causa levanta a necessidade da existência de compensações que possibilitem a criação de emprego que, agora, ficará frustrada.

O Bloco de Esquerda considera essenciais as respostas do Governo perante esta atitude da Nissan. Ainda durante a manhã a Câmara Municipal de Aveiro dizia que este investimento era o exemplo da capacidade de "afirmar Aveiro como cidade de futuro", atraindo projectos industriais "de grande envergadura tecnológica". Algumas horas depois deste comunicado camarário, a Nissan dava conta da intenção de suspender a construção da fábrica, ridicularizando o executivo municipal.

Perante esta falácia o deputado do BE Pedro Filipe Soares, questionou já hoje o Ministério da Economia e do Emprego, sobre mais uma promessa que ficou por concretizar. Ler aqui as perguntas
 
Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Aveiro

3 comentários:

Rothschild disse...

Foi mais um filme à Sócrates.
"Deixa-me lançar isto que alguém há-de vir pagar." Pois...

Anónimo disse...

Eu penso que tudo isto passa muito bem pelo facto deste governo ter anunciado o fim dos incentivos à compra de viaturas eléctricas... É por demais evidente! Isto sem querer estar a defender o Sr Sócrates óbviamente!
Se eu quisesse montar um armazem de batatas ou cebolas e depois me dissessem que na terra onde me prometeram dezenas de restaurantes afinal já não abriria nem um... Bem já não queria saber das batatas nem das cebolas nessa terra! Era clarinho... :-)

Rothschild disse...

Os incentivos foram riscados no memorando com a Troika. Sócrates prometeu dinheiro e depois, quando as câmaras não estavam por perto, cortou o que tinha prometido ao assinar o memo. Foi muita fachada e pouco proveito, como sempre no Sr Bacharel de engenharia.