25 junho, 2012

CDU - A extinção de Freguesias compromete o desenvolvimento e o futuro do Concelho de Stª Mª da Feira!

Foi recentemente apresentado pelo Executivo Municipal o estudo prévio sobre a dita reforma administrativa em que se propõe a extinção de várias freguesias do nosso Concelho. 

Desde o primeiro momento, a CDU deixou bem clara a sua oposição a este projecto do governo PSD/CDS-PP, e o presente estudo prévio em nada vem alterar a nossa posição: reafirmamos que a CDU não aceita assumir o papel de carrasco de freguesias que têm toda a legitimidade e razão de ser. A população não deu, em momento algum, mandato eleitoral para a liquidação de freguesias, além do que, como denunciámos repetidamente, o governo não foi, até ao momento, capaz de identificar qualquer benefício objectivo resultante deste incompreensível processo de descaracterização do mapa do poder local.

Não obstante, a CDU entende que a apresentação deste estudo prévio da autoria do executivo municipal enferma de vários vícios e equívocos, e terá por isso a nossa oposição. 

Desde logo pelo método usado: a elaboração de um estudo prévio sobre uma questão sensível e de tanta relevância para as autarquias e respectivas populações não pode dar-se num quadro de secretismo e à revelia dos visados – realizado sem ouvir as populações e no silêncio dos gabinetes, este projecto não representa os interesses e necessidades dos cidadãos, que não foram sequer considerados no processo de decisão que visa extinguir a sua freguesia. 

Chamando a si esta iniciativa, a Câmara coloca-se assim claramente numa posição subserviente em relação ao Governo PSD/CDS e aos seus projectos injustificados e sem fundamentação de extinguir centenas de freguesias e de desfigurar por completo o Poder Local democrático. Nisto, atropela ostensivamente a legítima posição de muitas freguesias, que, através das respectivas Assembleias de Freguesia, já se pronunciaram claramente contra a extinção, através de moções aprovadas por largas maiorias, que devem prevalecer vinculativamente, conforme reconheceu a própria Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). 

Esse alinhamento entre a Câmara e o governo torna-se ainda mais evidente no próprio estudo prévio, onde o Executivo, usando os estafados e contraditórios argumentos contidos na Lei 22/2012, esquarteja o Concelho, ao contrário do mandato que recebera para o defender, e preconiza eufemisticamente a agregação – termo ou conceito que nem sequer existe na Constituição da Republica – de uma série de Freguesias. 

Em vários momentos manifestámos já a nossa posição crítica de rejeição de todo este processo de ataque aos fundamentos do Poder Local, à Democracia e à própria vivência e resolução dos problemas das populações, que a referida Lei consubstancia. 

Assunto desta magnitude não se pode cingir a um qualquer estudo prévio, seja ele qual for, sem envolver e ouvir os principais interessados – os órgãos autárquicos e as respectivas populações, questão que é completa e sintomaticamente omissa neste documento. 

Mas importa ainda acrescentar que a lei 22/2012 não é, por si, sinónimo de extinção de freguesias: com a sua publicação nenhuma freguesia está automaticamente liquidada. A extinção obrigará à aprovação, em concreto, na Assembleia da República das leis, em rigor, lei a lei, que tenham como objectivo extinguir freguesias. Veremos, então, que partidos irão votar favoravelmente a liquidação de freguesias no município de Santa Maria da Feira. O alcance político deste modelo torna evidente as intenções do governo ao “convidar” os órgãos autárquicos para se envolverem no processo: transferir o ónus político dos partidos da maioria para as autarquias, e retirar responsabilidade aos deputados da maioria parlamentar PSD/CDS-PP, que irão assumir com leveza, como está visto, o papel de carrascos de centenas de freguesias. 

A CDU reafirma, agora, a sua rejeição desta lei injusta e anti-democrática, e reitera a vontade de confirmar a validade e razões da divisão administrativa hoje existente, através de todos os meios ao nosso alcance – deliberações desfavoráveis à extinção de freguesias, moções, tomadas de posição –, assumindo que se irá bater por esta luta em todos os órgãos de decisão onde se encontra presente. 

O progresso e desenvolvimento do Concelho não se fará com extinção de Freguesias, com encerramento de serviços públicos, ou com a desertificação do interior. Recusamos transformar os órgãos autárquicos em comissões liquidatárias de freguesias! 

O futuro e a unidade do Concelho estão em causa!
 
Comissão Coordenadora de Stª Mª da Feira da CDU

3 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo sem ler o texto completo do comunicado, dou o meu acordo ao primeiro parágrafo. Acho que os autarcas eleitos não têm mandato para alterar bases territoriais das freguesias e diria que nem para sugerir ou avalizar determinações de terceiros, neste caso Câmara.

José Pinto da Silva

Anónimo disse...

Cambada de palermas

Anónimo disse...

Estamos todos incluidos nessa cambada? Só tenho receio de não ir muito bem acompanhado, dado o anonimato.

José Pinto da Silva