“Por certo que a Câmara e a CCDR-N terão algo a dizer sobre este novo incidente no processo. A Câmara de certeza que sabe quem foi o técnico da “cunha” – não custa a crer que tenha sido ela (Câmara), ou alguém dela, que fez a abordagem, pelo que se esperam novos desenvolvimentos, incluindo quanto à alteração do projecto inicial.”
Em 27 de Maio um post curioso e gerador de boa disposição acordou o processo e, como não o tinha visto (o post) tomei-o e relembrei-o para abanar a consciência dos mentores camarários.
Lembramo-nos que, logo de início (verão de 2009), a CCDR-N escreveu à Câmara e disse (transcrevo partes): “Na apreciação feita ao PDM de S M Feira, verificou-se que o projecto interfere com a condicionante REN (Reserva Ecológica Nacional) e com o domínio público hídrico, estando o projecto em área de salvaguarda restrita”. Mais abaixo, disse: “… tendo em consideração os sistemas da REN a ocupar – leitos e margens dos cursos de água – verifica-se que a acção é susceptível de prejudicar o equilíbrio ecológico das áreas integradas na REN e não é enquadrável nas acções que fazem parte do Anexo II do referido Diploma (DL 166/2008)”. E depois “.. carecendo ainda da autorização desta CCDR-N e parecer favorável da ARH-N”. E mais abaixo: “…. Face ao exposto e atenta a desconformidade legal da construção objecto do concurso público aberto por essa Câmara Municipal, solicita-se a V. Exa. que se abstenha de praticar actos que promovam quaisquer intervenções no local mencionado”. O organismo tutelar usa palavras que não deixam dúvidas quanto ao entendimento de que o início da construção tinha sido irregular e que o projecto não tinha condições para ser aprovado.
Depois havia a indispensabilidade do parecer da ARH-N, parecer que foi comunicado à Câmara em 20 de Janeiro de 2010, como sendo possível de ser favorável, com futura oportuna emissão do Título de Utilização dos Recursos Hídricos, parecer suportado em 5 parâmetros, o terceiro dos quais a dizer: “ O acesso (ao edifício) situa-se acima da cota da maior cheia conhecida para o local”. Foi esta pequena frase que me fez “saltar a tampa”, porque tinha conhecimento e lembrança da grande cheia de 24 de Outubro de 1954 que, disse o Comércio do Porto no dia seguinte, fez subir a água do Uima, nesta zona, cerca de 5 metros. Contestei esta versão com inúmera correspondência para todos os organismos intervenientes no processo. No início de Agosto fez-se alguma luz no porquê da inversão de posições dos organismos tutelares, obrigatoriamente emissores de autorização.
Soube e comuniquei por escrito à ARH-N, com cópia para a CCDR-N e para a Câmara Municipal. Vou transcrever o que comuniquei àquelas entidades: “ O leit motiv para esta carta é, primeiro, o facto de se falar agora por cá que já se sabe quem foi o técnico (diz-se que é engenheiro) que moveu todas as influências para dar a volta ao processo (não sei se na ARN.H, se na CCDR-N – notar que a CCDR emitiu um documento taxativo de impossibilidade de autorização). Quem terá deixado escorregar a informação terá sido um familiar próximo desse técnico. Olhando para o edifício terá desabafado: “… se não fosse o meu familiar, isto não estava aqui”. Isto como primeira nota a denunciar, sendo verdade, um verdadeiro tráfico de influências. Na parte final fiz referência ao texto do post do Kouzas de 27 de Maio e às alterações feitas ao projecto, mesmo contrariando indeferimento da Câmara a quem fora pedida a alteração.
Depois desta carta, enviada a 8 de Agosto, fui convocado para uma reunião com a Direcção da ARH-N, reunião que teve lugar no dia 18. Foi longa, foi cordial, foi esclarecedora. Tornarei pública alguma coisa dessa reunião, mas primeiro haverá troca de correspondência a confirmar aquele encontro.
Por certo que a Câmara e a CCDR-N terão algo a dizer sobre este novo incidente no processo. A Câmara de certeza que sabe quem foi o técnico da “cunha” – não custa a crer que tenha sido ela (Câmara), ou alguém dela, que fez a abordagem, pelo que se esperam novos desenvolvimentos, incluindo quanto à alteração do projecto inicial.
Voltarei.
José Pinto da Silva
4 comentários:
Isto na feira é como eles querem e mai nada.. calou!
-o Apea é, longos areais à porta
-a esplanada de giao é tipo barracão com luz .
no ilha... fecharam a esplanada com o mega-belo envidraçado. a chamada marquise.
agora, é aplicar mais uns metros quadrados de deck no verdejante relvado, e é UUUUUhh ..
all night long, all night,
Um conselho ao Sr José, troque de foto, Nao nao era isso que queria dizer .... Se quer saber quem são os padrinhos é ver as fotos do baptizado. estavam lá todos... :)
Qual 'e o interesse do assunto? Agora eu tamb'em lhe digo, v'a investigar os casos j'a aqui focados consigo e seus familiares. Tem tanto interesse como este. A sua accao est'a a tornar-se pidesca
O interesse é simples. Há corrupção, ou não? Ou, só há falta de fiscalização ...
O segundo anónimo devia denunciar o caso as autoridades ou a comunicação social (fotos). Com a denuncia contribuiria para o interesse público e o assunto estaria resolvido.
Há muita covardia em alguns comentaristas.se acham que há ilegalidades denunciem ás Autoridades competentes,como faz o Pinto da Silva.Sabem porque não o fazem ? porque tem de lá ficar o nome de quem denuncia.
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