O Partido Pelos Animais e Pela Natureza tomou conhecimento através do site online da SIC Notícias que a DGV se prepara para abater a tiro 200 cães assilvestrados junto ao aterro sanitário Terra Quente.
O abandono impune dos animais por parte da sociedade e o facto das Câmaras Municipais não terem políticas de esterilização é a origem deste problema, que faz com que os animais se reproduzam sem qualquer controlo. Muitos destes cães são animais que por força das circunstâncias foram abandonados ou perdidos e são por isso forçados a sobreviver como podem, nomeadamente em busca de alimento.
Lutam para sobreviver!
Seja como for, é absolutamente inaceitável que as autoridades envolvidas vejam como única solução andar aos tiros aos animais, como se vivêssemos em plena época medieval. Num país que se pretende civilizado e integrado numa Europa onde o tratamento ético dos animais é uma preocupação crescente, este comportamento é anacrónico e lesivo da sensibilidade moral da população, como o mostram os protestos indignados de muitos cidadãos.
Quanto à quantidade de animais envolvidos, sabemos que nenhum carnívoro forma grupos com essas dimensões, por simplesmente não ser viável alimentar um grupo tão grande. Esse nível de comportamento gregário é característico dos herbívoros, dado que a quantidade de alimento disponível é maior e mais facilmente acessível e grupos com elevado número de elementos facilitam a protecção contra os predadores. Perante a dúvida, o PAN procurou informar-se junto de pessoas que têm acompanhado de perto a situação e pode confirmar que não se tratam de 200 cães, mas de 30 a 40 animais aproximadamente, pelo que concluímos que o número referido de 200 animais é uma mentira e servirá apenas para justificar o acto de matança daqueles animais.
Os cães assilvestrados, tal como os gatos bravos, são animais que necessitam viver em liberdade, pois não conhecem contacto com humanos, pelo que é absolutamente imprescindível que estas matilhas sejam controladas pelos municípios, através da esterilização. As matilhas de cães assilvestrados ou colónias de gatos bravos, quando controladas, i.e., devidamente esterilizadas e alimentadas, têm um tempo médio de vida relativamente curto, desaparecendo naturalmente com o tempo através da morte natural dos animais. Os cães assilvestrados, estando castrados/esterilizados e tendo acesso a comida, vão naturalmente diminuir a sua agressividade, deixando de representar um perigo para a saúde pública.
O PAN pede às autoridades envolvidas que cancelem desde já a intervenção prevista e actuem de forma correcta, ética e científica na resolução do problema.
O PAN apela a todas as associações de protecção animal que se unam nesta causa e não permitam que estes animais sejam massacrados.
Estes animais devem ser recolhidos - porque existem técnicas éticas e comprovadamente eficazes de recolha de animais assilvestrados - , esterilizados e recolocados no local de origem.
Portugal deve abandonar todas as práticas violentas e bárbaras, que em nada contribuem para a moralidade pública, nem para dignificar a nossa imagem perante o mundo.
A Direcção Nacional do PAN
4 comentários:
Àcerca do abate a tiro, houve já um desmentido pela Câmara de Mirandela. E em cães particulares, serão as Câmaras que têm de esterilizar?
José Pinto da Silva
os cães não sei se devam ou não ser abatidos a tiro, mas a maioria dos seus donos sim
Não iria tão longe.
José Pinto da Silva
A GNR teve uma atitude responsável e digna ao recusar intervir numa chacina de animais inocentes... Bem hajam!
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