Disse aqui eu a respeito do 16º aniversário da “Universidade Sénior” que a festa ia ser rija. E foi. Disse também que não ia. E fui. Para você que não foi, vou-lhe dar um lamiré do que por lá se passou e vem a propósito pois aquilo foi essencialmente musical.
O auditório estava a abarrotar, a sala não é pequeno e estava muita gente de pé. Um êxito logo para começar.
Dançou-se, que maravilha a coreografia sobre o tango e a valsa, dançados a solo quer por eles quer por elas. Então os homens, com um tal sincronismo que devem ter deixado Carlos Gardel muito contenta lá onde esteja. Houve e ouviu-se poesia muito bem declamada e Vasco de Graça Moura foi o poeta escolhido. Foi mesmo por aqui que se começou com o poema “Sonho Inglês da Sucata” dito por Irene Ribeiro, gostei muito até porque me tocou muito ou não seja profissionalmente, sucateiro. Apareceram os jograis e “Quando o…” de Natália Correia veio à cena, a sátira e o erotismo, passou com todo o esplendor pela plateia. Muito bem dito e muito aplaudido. Mas a maior ovação da noite foi para o Grupo Coral quando foi interpretado “o sole mio”, canção do folclore napolitano e o Pavarotti da noite, o italiano conheço, este tive que perguntar o nome, Daniel Junça, o tenor que foi aplaudido de pé. E mereceu. O folclore português também lá esteve numa coreografia que percorreu Portugal de lés a lés. Como se diz na gíria: muito bem sacado. Isto já vai longo, foram duas horas de espectáculo que passaram num instante e terminaram com o grupo de cordas, essencialmente feminino e dirigido por Lino Ferreira que deve ter no naipe de violinos uma via rápida para o stress. Gostei muito da sua versão do “el condor passa” e passou muito certinho o que não aconteceu noutras alturas, que Lino Ferreira aceitou com muito fair-play e humor. E nas cordas masculinas, ao violino, vi Vítor Fontes, que naquele palco vi muitas vezes noutras musicas.
O final da festa aconteceu com todos a cantar o “Parabéns a você”. Cortou-se o bolo no palco e depois houve bolo e vinho do Porto para todos nos corredores.
Apeteceu-me, se soubesse, cantar aquela do Chico Buarque em que ele diz: foi bonita a festa pá. Se foi.
4 comentários:
Digo naipe de violinos. Errei e já ouvi das boas cá em casa da "cavaquinista" residente.
E o Vitinha já passou aos violinos? Ele nunca foi cavaquista.
Academia foi em grande e, lá isso existe grandes alturas. Os parabéns foram merecidos
Eu também fui e apreciei. Ao nível do que esta US nos habituou. Tão bom, também, ser espectador. Gostei, tal como os cinco que me acompanharam.
16 anos - Uma adolescência bem patenteada no palco. Parabéns.
César Santos
Enviar um comentário